Terça-feira, 01 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 26 de agosto de 2020
Uma pesquisa da Suécia descobriu que os remédios para tratar a disfunção erétil, como o Viagra, podem diminuir em até 20% o risco de morte em pacientes com câncer colorretal.
Os indivíduos que tomaram medicamentos da classe também apresentaram 15% menos chances de que a causa principal do óbito fosse o câncer. A pesquisa foi feita por cientistas da Universidade Lund e publicada no jornal científico Nature Communications.
Os pesquisadores acreditam que os remédios têm propriedades anti-inflamatórias, habilidade de inibir tumores e evitar que uma resposta imune aconteça em quadro pós-cirúrgico.
Pesquisas anteriores mostraram que as drogas contra disfunção erétil podem inibir tumores em ratos e suprimir a atividade de um gene chamado PDE5A. Pacientes com câncer colorretal que apresentam menor ação do mesmo gene têm maior chance de sobrevivência.
Para esse estudo foram analisados dados de 12.400 homens diagnosticados com esse tipo de câncer entre 2005 e 2014. Eles foram acompanhados por quatro anos – 10,2% dos que tomaram o remédio morreram e 17,5% dos que não fizeram uso dele faleceram.
Os pacientes que passaram por cirurgia e tomaram o remédio tiveram 39% menos chances de morte prematura por câncer e 31% menos chances de metástase.
“Porém, estudos clínicos randomizados são necessários para confirmar os nossos resultados antes que inibidores de PDE5 possam ser usados como uma droga coadjuvante para homens com câncer colorretal, assim como experimentos para explorar os mecanismos biológicos”, afirmou Wuqing Huang, autor do estudo, em comunicado à imprensa.
Dispositivo portátil
Um novo dispositivo portátil, sem fio e de baixo custo criado na EESC (Escola de Engenharia de São Carlos) da USP poderá tornar o tratamento contra o câncer mais seguro e eficiente. O aparelho é capaz de identificar previamente qual a dose ideal de medicamentos que o paciente deve receber, evitando um consumo abaixo ou acima do desejado.
Com a tecnologia, o objetivo é que os efeitos colaterais ao paciente sejam reduzidos e o tratamento não falhe por aplicação insuficiente de remédios. Os resultados do trabalho geraram um artigo que foi publicado na IEEE Sensors Journal, revista científica norteamericana.
O equipamento foi desenvolvido para tratamentos que utilizam a TFD (Terapia Fotodinâmica) no combate ao câncer. Essa técnica, que atualmente já é empregada contra o câncer de pele, não é invasiva e destrói de forma seletiva as células cancerígenas com o auxílio da luz, que é aplicada na região do corpo afetada estimulando os fotossensibilizadores (medicamentos que são “ativados” por sinais luminosos, podendo ser consumidos via oral, intravenosa ou por meio de cremes). Para
que a intervenção seja eficaz e segura, tanto a intensidade e o tempo de irradiação da luz como a dose do remédio devem ser estimados de forma precisa.
Com custo aproximado de R$ 400,00, o aparelho da USP é composto de um sistema de iluminação com 16 leds controlados individualmente, um pequeno computador de alto desempenho com sistema de comunicação por bluetooth e wi-fi e um conjunto de baterias com autonomia de 54 horas.
Para controlar o equipamento e facilitar a operação do usuário, foi desenvolvido um aplicativo que envia comandos em tempo real ao dispositivo durante a terapia, como, por exemplo, aumentar ou diminuir a intensidade das luzes, que têm suas doses monitoradas pelo app enquanto o tratamento é realizado.