Quarta-feira, 18 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 3 de janeiro de 2021
Fernanda Venturini, de 50 anos, fala rápido. Sempre foi assim, desde os tempos em que brilhava nas quadras de vôlei. Ela não tem tempo a perder. Enquanto conversava com O Globo, se preparava para encarar mais uma aula de kitesurf. Atualmente, a ex-jogadora de vôlei faz musculação, frescobol, dança e bike. Volta e meia joga beach tênis, faz standup padldle, salta de paraquedas e voa de paraglider.
Mãe de Júlia, de 19 anos, e Vitória, de 11 anos, ela afirma, “com toda a certeza do mundo”, que está forte e saudável como nunca esteve na vida. Mesmo e principalmente se comparado com a época das quadras.
Solteira, após separação do técnico Bernardinho, com quem esteve casada por 25 anos, Fernanda, com 63 quilos em 1m80, entra 2021 com novos planos: ajudar os outros a ganhar saúde e bem estar. Ela lança no próximo dia 7 (às 20h) programa em seu canal no Youtube (14 Minutos de Saúde com Fernanda Venturini) e terá apoio de profissionais da área médica, preparação física, nutrição e coaching.
“Se seu mindset for fixo nem perca seu tempo. Agora se tiver a cabeça aberta vai adorar”, desafia Fernanda, que vai entrevistar médicos e contar histórias de superação. “Agora é minha hora de trabalhar. Antes, casada, eu cuidava das coisas do Bernardo e ele trabalhava. Eu ficava mais em casa. Ajudar os outros a ganhar saúde é o meu propósito da vida agora.”
Fernanda conta que sua vida mudou radicalmente há um ano. Quando se aposentou definitivamente das quadras, após temporada com o time de Bernardinho em 2011/2012, ela lutou contra a depressão. Mal administrava as dores no joelho e a dificuldade para se exercitar.
“Tomava antidepressivo e usava um implante hormonal, o chip da beleza, no bumbum. Estava tudo errado. Conheci um médico que é contra a gestrinona (hormônio sintético) e, fazendo seus cursos, aprendi como o corpo funciona. Tirei o implante, mudei minha alimentação, fiz modulação hormonal e com isso minhas dores sumiram e ganhei gás para voltar aos esportes”, relata Fernanda, que diz que se sente rejuvenescendo, “voltando no tempo”.
Ela explica que está conectada com médicos da nova geração e que começou a fazer tratamentos como ozonioterapia (administração de gás de ozônio no corpo para tratar alguns problemas de saúde), GH (com hormônio do crescimento), jejum intermitente (por umas 20 horas), entre ouros. Ao mesmo tempo, cortou radicalmente o carboidrato e o açúcar.
Em seu Instagram, ela mostra o corpão enquanto curte as praias do Rio, onde mora. Também exibe suas façanhas esportivas e atividades prediletas.
“Sei que este tema (reposição hormonal) é polêmico mas essa é a minha experiência. Passei a mostrar meus progressos na minha rede social e muita gente começou a se inspirar. Por isso, surgiu a ideia do canal para ajudar os outros. Amo esporte e quero fazer até o resto da minha vida.”
Luta contra o desgaste
A ex-central Ida, de 55 anos, 66kg e 1m78, vai logo avisando: “Não estou forte como a Fernanda, mas estou magra, saudável e bem. Passei da fase de ser gostosona. Coloco uma roupa e me sinto bonita. Me gosto”, fala a ex-jogadora, que já foi capa da Playboy, em 1996.
Ela, que tem dois filhos e um neto, explica que gosta de atividade física e que sempre a incluiu na rotina. Mas odeia academia de ginástica. Costuma dizer que passou uma vida inteira puxando ferro e não tem paciência para fazer o mesmo agora. Hoje, ela prefere se exercitar ao ar livre, fazer funcional.
Quando largou as quadras, experimentou esportes diversos, de Corrida de Aventura (aquelas que duram dias e chegam a 500km) à canoa havaiana. Hoje entrou para a turma do beach tênnis. Em Lisboa, onde mora, administra grupo em Whatsapp com mais de 60 praticantes, e em 2021, quer dar aulas.
“Lá o esporte não é tão difundido”, constatou Ida, formada em Educação Física. “Estou bem de ombro e joelho (risos). Me cuido, tenho uma alimentação saudável, sem glúten. Mas não sou exagerada em nada.”