Quarta-feira, 16 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 3 de janeiro de 2021
O filme “Castigo”, produzido no Distrito Federal por Caio Almeida e dirigido por Iago Kieling, ganhou os prêmios de melhor filme e melhor ator principal no 9º The Digital Gate International Film Festival, na Argélia. O curta-metragem brasiliense foi filmado em 2018, de forma independente, e em 2020 participou de sete festivais, sendo cinco internacionais e dois brasileiros.
De acordo com o ator premiado, Lúcio Campello, a emoção é grande. “É um momento de felicidade rara. Um prêmio internacional é uma surpresa para mim”, afirma.
A trama é inspirada no livro Crime e Castigo, de Dostoievski, e traz uma releitura dos personagens, ambientes e sentimentos que um protagonista, que vive à margem da sociedade, pode sofrer no cenário atual.
O curta tem 16 minutos, e para Lúcio Campello, o maior desafio da construção do personagem principal foi a ausência de diálogos. “Quando me disseram que o personagem não teria fala eu pensei ‘e agora?'”, conta o ator.
“Eu precisei de uma preparação muito mais profunda. Foi um trabalho muito delicado. Mas o resultado foi maravilhoso, e eu fico feliz de levar o nome do Brasil e de Brasília para outros países.”
De acordo com o produtor Caio Almeida, inicialmente, o filme era um trabalho de conclusão de curso. “Nós gravamos em 2018 e lançaríamos em 2020. A pandemia dificultou um pouco, mas mesmo assim ele foi selecionado para alguns festivais. E neste ano, ainda participaremos de outros festivais aqui no Brasil”, explica.
O curta foi produzido de forma independente, com financiamento coletivo, com um orçamento de pouco mais de R$ 5 mil reais, e uma equipe de mais de 25 pessoas. “Não tínhamos apoio no começo. Mas fizemos parcerias”, conta o produtor.
A 9º edição do The Digital Gate International Film Festival ocorreu no mês de dezembro de forma online, em virtude da pandemia do novo coronavírus, com filmes de 17 países diferentes.
O curta brasiliense levou o prêmio principal, The Golden Gate, e o de melhor ator, Best Male Role, para Lúcio Campello, protagonista da trama. Além de dois festivais brasileiros, o filme “Castigo” foi apresentado nos Estados Unidos, Canadá, Índia, África do Sul, Argélia.
Mulheres na direção
Mulheres dirigiram 16 dos 100 filmes de maior bilheteria de 2020 nos EUA, indicou um estudo da Universidade de San Diego repercutido pela Variety. A porcentagem é a maior já registrada pelo estudo, que é lançado anualmente há mais de duas décadas. Em 2019, mulheres dirigiram 12% dos filmes mais lucrativos do ano, e em 2018 foram só 4%.
Os coordenadores do estudo na Universidade de San Diego apontaram que o resultado foi conseguido mesmo com o adiamento de vários títulos importantes que serão dirigidos por mulheres, como “Os Eternos” (de Chloé Zhao) e “Viúva Negra” (de Cate Shortland”), para 2021.
Apesar do crescimento da participação de mulheres como diretoras em Hollywood, outras áreas dos bastidores não viram a mesma melhoria. As mulheres foram 28% das produtoras, 21% das produtoras executivas, 18% das editoras, 12% das roteiristas e 3% das diretoras de fotografia nos filmes americanos de 2020.