Quinta-feira, 29 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 27 de maio de 2025
Flávia Alessandra, de 50 anos, revelou que já tentou convencer amigos gays a mudarem sua orientação sexual. Durante o videocast “Pé no Sofá Pod”, a atriz comentou o tema ao responder a mensagem de uma fã que se apaixonou por um amigo homossexual e buscava conselho sobre como lidar com a situação.
No depoimento, Camila revelou que passou a nutrir esperanças de conquistar o amigo, apesar de sua orientação sexual. “Meu coração começou a bater diferente perto dele, e percebi que estava tentando me mostrar mais interessante, como se pudesse fazê-lo mudar”, relatou.
A leitura motivou uma resposta sincera de Flávia, que compartilhou uma experiência pessoal semelhante. “Já tive essa ilusão. Tentei mudar alguns, mas nunca conheci ninguém que tivesse deixado de ser gay. Simplesmente não existe isso”, afirmou a artista, destacando a importância de respeitar a orientação sexual das pessoas.
Flávia aconselhou Camila a seguir em frente e buscar outros caminhos: “Você pode até ser próxima dele, mas não espere algo além da amizade. Não vai acontecer.”
Giulia Costa reforçou a mensagem da mãe e fez um apelo para que a ouvinte cuide de si. “Isso não tem a ver com você. Ele simplesmente não sente atração por mulheres. Não é uma escolha. Não existe cura gay. Talvez seja melhor se afastar um pouco até conseguir lidar com os sentimentos”, disse.
Trajetórias
Flávia Alessandra e Giulia Costa dividiram o palco da 11ª edição do Power Trip Summit, em Salvador, em uma conversa conduzida por Maria Rita Alonso, diretora de redação da Marie Claire. Com trajetórias marcadas por diferentes fases da televisão, da internet e da vida pública, mãe e filha falaram sobre conexões familiares, visibilidade feminina, redes sociais, empreendedorismo e o projeto que criaram juntas: o podcast Pé no Sofá.
O nome do projeto, segundo Giulia, veio da intimidade. “A gente sempre andou descalça em casa. Queria que fosse um espaço onde as pessoas se sentissem à vontade pra colocar o pé no sofá e conversar como se estivessem na sala de casa.”
Elas também revelaram que tomaram a decisão de tirar o projeto do papel com recursos próprios, fundando uma agência e investindo em um estúdio próprio. “Montamos a Family para cuidar da nossa família mesmo. A gente passou a agenciar as nossas carreiras e conseguimos ter liberdade para pensar formatos e falar com diversas marcas”, disse Flávia. “Foi uma escolha e um privilégio nosso poder se arriscar.”
Desde muito nova, Giulia Costa convive com a expectativa pública de que seguiria o mesmo caminho da mãe como símbolo de beleza. Sem escolher estar no centro dos holofotes, foi projetada por olhares externos que esperavam que se tornasse uma “nova musa”. A decisão de romper com esse molde foi, segundo ela, libertadora, mas não indolor.
“Quando nascemos mulheres, essa cobrança em relação ao corpo inevitavelmente acontece. As novas gerações se conscientizaram mais sobre liberdade corporal — demos alguns passos para trás agora —, mas tenho certeza de que ainda vamos dar passos para frente”, refletiu. “Criaram uma expectativa sobre quem eu deveria ser, e quando eu não me tornei essa musa de corpo como a minha mãe, isso virou um ataque.”
Para Giulia, a resposta a esse cenário veio com vulnerabilidade. “Sempre prezei pela honestidade. Quando as pessoas percebem que também tenho dias ruins, isso aproxima. O podcast me deu espaço para falar dessas inseguranças e mudar o olhar das pessoas sobre mim.”
Flávia também reconheceu a pressão estética que a filha enfrenta e como isso chegou a afetar até a relação das duas no olhar do público. “Virou algo tão doentio que começaram a alimentar uma rivalidade nossa, de mãe e filha. E pegamos esse limão azedíssimo e transformamos em uma caipirinha maravilhosa nas nossas conversas.” As informações são do jornal O Globo e da revista Marie Claire.