Segunda-feira, 30 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 12 de dezembro de 2021
Com resistências inclusive dentro da corrente majoritária, o PT deu início às discussões sobre a formação de uma federação partidária com o PCdoB e o PSB para as eleições de 2022. Já o PSOL aprovou formalmente uma resolução para discutir a formação de um bloco com PCdoB e Rede.
Em setembro, o Congresso derrubou o veto do presidente Jair Bolsonaro ao projeto de lei que permite aos partidos se reunirem em federações. Pelo texto aprovado, as legendas são obrigadas a permanecer unidas por um período de quatro anos e teriam que atuar juntas, neste período, em todas as eleições nas esfera federal, estadual e municipal.
Na reunião da executiva nacional do PT, a presidente da legenda, deputada Gleisi Hoffmann (PR), citou os pontos positivos da formação da federação para a eleição.
“Particularmente, sou simpática à federação porque acho que define um campo político, torna mais claro esse campo político para a sociedade e na disputa eleitoral”, afirmou Gleisi.
A presidente do PT acredita que a federação daria musculatura na largada para a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Gleisi diz, porém, que o líder petista ainda não tem posição sobre o assunto.
Além da deputada, tem tomado à frente da defesa e das conversas sobre a federação no PT os deputados federais Paulo Teixeira (SP) e José Guimarães (CE). Os três são muito ligados a Lula, o que levantou internamente as suspeitas de que estejam se movimentando com a anuência do ex-presidente.
Em reunião na semana passada, Gleisi queria que a executiva aprovasse uma autorização para formalização das conversas com os outros partidos. Foi decidido, porém, que o assunto será discutido em uma nova reunião nessa semana, após um encontro dos partidos políticos com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) justamente para esclarecer pontos duvidosos da lei que autoriza a federação.
PSOL
Integrantes da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), a mesma de Gleisi e que possui maioria das cadeiras no comando do partido, se manifestaram contra a aprovação da formação da federação. Correntes mais à esquerda, como a Diálogo e Ação Petista, também não querem a aprovação da formação do bloco. O argumento é que o PSB e o PCdoB teriam mais a ganhar com o acordo e que a federação seria uma camisa de força para os petistas.
A executiva do PSOL aprovou na semana passada a “instauração de conversas formais com Rede e PCdoB”. A direção do partido informou que as duas legendas foram as que procuraram o comando da sigla até agora. “Propostas de diálogo com outras agremiações de esquerda serão apreciadas oportunamente pela executiva nacional”, diz a nota do PSOL.
No comando do partido, a formação de uma federação com o PT enfrenta objeções, porque a avaliação é que o partido perderia poder e seria ofuscado diante do tamanho do potencial parceiro.