Quinta-feira, 14 de novembro de 2024
Por Flavio Pereira | 18 de janeiro de 2024
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e o prefeito da capital gaúcha, Sebastião Melo, parecem ter perdido a paciência com os maus modos da CEEE Equatorial. São duas dificuldades até aqui demonstradas pela empresa: a aparente incapacidade operacional para fazer frente a situações extremas e a dificuldade em comunicar-se de forma adequada com o público.
Nem o prefeito conseguiu falar com a CEEE Equatorial
Após tentar, sem sucesso, falar com algum gestor da CEEE Equatorial para ajustar prioridades ao DMAE e hospitais, o prefeito Sebastião Melo chutou o balde:
“Já que a direção da CEEE Equatorial não atende o telefone nas últimas horas, fazemos um apelo para que alguém da empresa compareça ao Ceic (Centro Integrado de Comando) e nos auxilie na governança conjunta para retomar a normalidade. Não há abastecimento de água integral sem energia”.
Eduardo Leite já sugere possibilidade de revisão da concessão da CEEE Equatorial
O governador Eduardo Leite, com a autoridade de quem enfrentou o desgaste político de defender a privatização da CEEE, uma empresa com tradição no estado, admitiu ontem que pode estar na hora de rever o caso, sem abrir mão da sua convicção privatista. O governador conversou com jornalistas ontem pela manhã no Palácio Piratini e admitiu que uma derradeira hipótese, caso persistam as dificuldades da CEEE Equatorial para manter um padrão operacional de qualidade e uma comunicação adequada com os consumidores, lançará mão da hipótese legal de denunciar a concessão à ANEEL, para que seja aberto espaço para uma nova empresa.
Pelotas vai sediar evento internacional para debater segurança pública
O governador Eduardo Leite comentou a questão da CEEE Equatorial depois do encontro com jornalistas, que serviu para apresentar a primeira edição do Connex – Conexão de Experiências em Segurança Pública e Prevenção às Violências – que ocorrerá em Pelotas nos dias 13, 14 e 15 de março. Gratuito, o Connex é promovido pela prefeitura de Pelotas, pelo governo do Estado e pela Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP).
Presidente da CEEE Equatorial pediu voto de confiança aos gaúchos
Ontem à tarde, em entrevista ao jornalista Rodrigo Lopes, da RBS, o CEO da CEEE Equatorial, Riberto Barbanera, que assumiu o cargo em gosto do ano passado, considerou um mal-entendido a dificuldade que o prefeito de Porto Alegre Sebastião Melo enfrentou ao contatar a empresa para lidar com a emergência na cidade. E pediu “um voto de confiança dos gaúchos”.
Empresa atende cerca de 10 milhões de consumidores no país
A Equatorial foi fundada em 1999 e é o terceiro maior grupo de distribuição de energia do país. Ao todo, atende cerca de 10 milhões de consumidores. A companhia também atua no setor de transmissão, energia renovável e saneamento. Além do Rio Grande do Sul, ela atua nos seguintes estados: Goiás, Maranhão, Pará, Piauí, Alagoas. Rio Grande do Sul e Amapá.
CEEE Equatorial foi lanterna no ranking de qualidade da ANEEL
No ranking da ANEEL (Agencia Nacional de Energia Elétrica) que mede a qualidade dos serviços de distribuição de energia elétrica publicado em 2022, três empresas geridas pelo grupo Equatorial ocupam as últimas posições: Equatorial Goiás, Equatorial Maranhão, e Equatorial CEEE (Rio Grande do Sul), na última posição. Entre 29 empresas, a CEEE Equatorial ficou na 29ª posição.
Corsan manteve comunicação permanente com os consumidores
Para demonstrar que nem tudo está perdido no mundo das privatizações, a Corsan/Aegea, embora não atenda os moradores de Porto Alegre, servidos pelo DMAE, fazia ontem o que se esperava também da CEEE Equatorial: manter uma comunicação adequada com os consumidores em um momento de dificuldades. A Corsan enviou ao colunista uma série de relatos. Foram vários boletins de atualizações emitidos ao longo do dia pelo Centro de Operações Integradas (COI) da Companhia apontando ocorrências de desabastecimento em razão da falta de energia, e seu impacto e a evolução do quadro. A Corsan informou ainda, ter mobilizado uma força-tarefa para atenuar os impactos gerados ao sistema de abastecimento de água, em todo o Rio Grande do Sul.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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