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Brasil Grávidas que foram vacinadas com o imunizante de Oxford devem buscar acompanhamento médico

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A azitromicina fornece cobertura contra bactérias adicionais que causam infecções maternas. (Foto: Unsplash)

Especialistas garantem que as mulheres grávidas que receberam a primeira dose da vacina de Oxford/AstraZeneca precisam ter acompanhamento médico para eventos adversos e devem receber a segunda dose – porque o risco oferecido pela covid-19 é bem maior do que eventuais efeitos da vacina.

Nesta terça-feira (11), o Ministério da Saúde confirmou a suspensão da aplicação da vacina em mulheres grávidas. Mesmo as gestantes que receberam a primeira dose devem ficar sem receber a segunda aplicação. A pasta decidiu, no entanto, manter a vacinação de grávidas com comorbidades, mas apenas com os outros imunizantes disponíveis, Pfizer e CoronaVac.

“Vamos acompanhar todas as gestantes que foram imunizadas. Como já estamos fazendo, independentemente do tipo de agente imunizante, para verificar se há algum tipo de evento adverso”, disse o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

Na segunda-feira (10), a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) já havia recomendado a suspensão da aplicação da vacina em gestantes. A decisão ocorre devido à morte de uma mulher grávida de 35 anos, suspeita de evento adverso grave de acidente vascular cerebral hemorrágico após a aplicação da vacina. O caso ainda está sob investigação dos órgãos de saúde.

“Quem tomou a primeira dose deveria tomar a segunda. Mas o médico que acompanha a gestante deve monitorar caso surjam alguns eventos adversos”, afirma a epidemiologista Ethel Maciel, professora titular da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

A professora de imunologia Letícia Sarturi, do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Paulista (Unip), em São Paulo, explica que a chance de ocorrer um evento adverso relacionado à vacina após a segunda dose é menor – mas há ressalvas.

Se a vacina tiver gerado efeitos adversos na circulação sanguínea – como, por exemplo, trombose –, é necessário reavaliar. Isso porque a gravidez, sozinha, já aumenta o risco de aparecimento de coágulos e a ocorrência de trombose. Esse risco aumenta à medida que a gestação avança – por causa do aumento no tamanho do útero, que acaba atrapalhando a circulação.

“Com a segunda dose, a chance de ocorrer um evento adverso é menor, porque ela já tomou uma dose e não houve nenhum evento adverso – mas é claro que, com o avanço da gestação, pode se ter, sim, maior risco circulatório. Se o caso foi de uma trombose, a gente tem que reavaliar, sim. Tem que aguardar a investigação para ver qual vai ser a recomendação”, afirma Sarturi.

A infectologista Mirian Dal Ben, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, explica que o tempo até o aparecimento de eventos adversos relacionados à vacina varia de acordo com o evento.

“Depende da reação. Os eventos trombóticos, que são as reações adversas graves, que são muito raros, podem acontecer até 3 semanas depois da tomada da vacina. E tem os efeitos colaterais que são dor no braço, dor no corpo, de cabeça, que aí pode ser nos 5 primeiros dias”, diz.

Dal Ben reforça que o risco associado à covid-19 na gestação ainda é “muito maior” do que um potencial risco relacionado à vacina.

Já Sarturi reforça que, se houver relação de caso de trombose na gestação com a vacina, é necessário aguardar recomendações dos órgãos de saúde.

“Por enquanto, não sabemos ao certo. Reações adversas costumam aparecer na primeira dose, mas no caso de eventos trombóticos a gente tem que avaliar o risco quando a gestante for tomar a segunda dose. Se o médico ou os órgãos de saúde recomendarem que não se tome, deve ser seguido”, diz.

Efeitos colaterais conhecidos

Considerando dados dos ensaios clínicos de fase 3, o governo britânico lista as seguintes reações adversas como mais frequentes após a aplicação da vacina de Oxford:

— sensibilidade e/ou dor no local da injeção

— cefaleia (dor de cabeça)

— fadiga

— mialgia (dor muscular)

— mal-estar

— febre

— calafrios

— dor nas articulações

— náuseas

Entre as 23 mil pessoas que participaram dos testes, cerca de 1 a cada 10 relatou ao menos um dos sintomas acima.

A maioria das reações adversas foi leve a moderada e geralmente resolvida alguns dias após a vacinação. As reações notificadas após a segunda dose foram mais leves e menos frequentes do que após a primeira dose. Além disso, foram geralmente mais leves e menos frequentes em idosos (com 65 anos ou mais) do que em pessoas mais jovens.

Mesmo após casos raros de coágulos que ocorreram em pessoas imunizadas com a vacina, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) manteve a recomendação de que ela fosse aplicada – pois os benefícios superavam os riscos.

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