Domingo, 04 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 24 de novembro de 2015
Após a instalação do patriarcado – sistema de dominação do homem –, há 5 mil anos, a mulher adquiriu o status de mercadoria, podendo ser comprada ou trocada. As mulheres foram humilhadas, menosprezadas e constantemente utilizadas como forma de prazer para os homens. Os progressivos direitos adquiridos são resultado de muitos anos de luta. O século 20 é marco do início da participação efetiva das mulheres na sociedade. Não só elas, mas também os homens ganham com essa nova realidade.
Reação das mulheres.
O chamado preciosismo francês aconteceu no século 17, entre 1650 e 1660. Foi uma reação das mulheres à grosseria dos homens na corte de Henrique IV. As mulheres, que fizeram o preciosismo, não carregavam o fardo das tarefas maternais. Isso porque eram da elite e alimentavam a tradição das amas-de-leite.
As preciosas, como ficaram conhecidas as participantes do movimento, eram mulheres emancipadas com propostas que invertiam totalmente os valores de sua época.
Elas reivindicavam dignidade e direito à ascensão social. Revoltavam-se contra o autoritarismo de pais e de maridos e deixavam claro que o amor era um sentimento do homem pela mulher. O inverso dos laços habituais quando a mulher era a apaixonada.
Já no século 19, a mulher se tornou o “anjo da casa”. A figura da mulher frágil e dependente do marido é o modelo. Ela cuida dos filhos, é submissa e religiosa.
As mudanças do século 20.
No século 20, Hollywood consolidou a tecnologia em favor do amor romântico. O destino da mulher seria mesmo o lar. Condicionada a corresponder às expectativas masculinas, ela não tem voz própria. Doris Day e Debbie Reynolds encarnam a mulher americana de classe média, a famosa “maioria silenciosa”. Simone De Beauvoir publica, em 1949, “O Segundo Sexo”, obra seminal do movimento feminista. A pílula anticoncepcional, ao libertar a mulher de uma gravidez indesejada, é um passo decisivo para esse movimento, que começa efetivamente em 1966, nos Estados Unidos, com a Organização Nacional das Mulheres.
Em 1963, Betty Friedan lança “A Mística Feminina”, estudo em que analisa o vazio na mulher “dona de casa”. Desde essa época, estamos assistindo a uma profunda transformação das mentalidades. As mudanças deflagradas nas décadas de 1960 e 1970 são irreversíveis. As novas gerações, filhos e netos dos autores da Revolução Sexual e do Movimento Feminista demonstram, de forma inequívoca, que nada será como antes. (Regina Lins/AD)