Segunda-feira, 20 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 6 de janeiro de 2016
Apontado como operador do PMDB no esquema de corrupção da Petrobras, Fernando Soares, o Baiano, tentou expandir seus negócios para a BR Distribuidora, mas esbarrou na cobrança de “pedágio” de 20 milhões de reais, segundo disse em delação premiada.
A propina, contou Baiano aos investigadores, foi cobrada pelo ex-ministro Pedro Paulo Leoni Ramos, considerado na Operação Lava-Jato operador do grupo do senador Fernando Collor (PTB-AL). Em seu depoimento, Baiano afirmou que, em 2013, ficou interessado em contratos de construção de bases de distribuição de combustível em Macaé (RJ), sendo que quatro a cinco unidades estavam em análise pela BR.
Mas após iniciar as tratativas com o ex-diretor da estatal Nestor Cerveró, ele foi procurado por Ramos para que desistisse da empreitada. Baiano disse que o ex-ministro deixou claro que ele não deveria avançar com as negociações porque os projetos de distribuição seriam conduzidos por seu grupo.
Diante da ofensiva de Ramos, Baiano procurou Cerveró para destravar os negócios. O ex-diretor, diz o delator, informou a Ramos que não teria como justificar que todos contratos ficassem com seu grupo. Ele então liberou a atuação de Baiano desde que seu grupo tivesse participação no negócio, pedindo vantagens indevidas. O ex-ministro apontou que a solução seria o superfaturamento das obras.