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Economia Inadimplência cresce e atinge cartões de grandes redes de lojas; índice de atraso de pagamento chegou a 19,5% em outubro

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A taxa é maior que a média dos últimos cinco anos, que foi de 16%. (Foto: Reprodução)

A inadimplência que não para de crescer no País não poupou as grandes varejistas, sobretudo as de moda. Empresas como Renner, C&A e Riachuelo, que apostaram nos cartões de marca própria como estratégia para fidelizar os clientes e ampliar as vendas, viram os atrasos no pagamento crescerem com a alta de juros e o aperto na renda dos consumidores.

O aumento da inadimplência ocorre tanto nos cartões bandeirados — em parceria com outras instituições financeiras — como nos do tipo private label, que são operados por financeiras das próprias varejistas e só podem ser usados nas suas lojas.

Segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC), a inadimplência em carnês de loja, o que inclui a modalidade private label, ficou em 19,5% em outubro. A taxa é maior que a média dos últimos cinco anos, que foi de 16%.

Na Renner, a parcela dos clientes com prestações vencidas sobre a carteira do cartão próprio da loja atingiu 33,90% no terceiro trimestre deste ano, ante 26,50% em igual período de 2021. Na carteira total, que inclui a operação bandeirada, a porcentagem de vencidos foi para 27,3% no terceiro trimestre deste ano, contra 19,4% no mesmo período do ano anterior.

O CEO da empresa, Fabio Adegas Faccio, destacou, durante a apresentação do balanço trimestral, que o resultado da Realize, braço financeiro da Renner, foi afetado pela maior inadimplência. Com isso, a empresa decidiu restringir novas ofertas de crédito:

“A performance ficou abaixo da expectativa. Seguimos com restrições na concessão de crédito, dado que o cenário macro não evoluiu. Tínhamos uma expectativa de poder retomar a concessão de crédito, mas, pelo cenário macro, tomamos uma decisão de continuar com restrição”, disse Faccio.

Segundo o diretor financeiro da Renner, Daniel Santos, a empresa vai buscar gradativamente trazer novos clientes por meio da operação das financeiras próprias para que, à medida que se note uma boa performance, esses clientes possam migrar para a operação bandeirada.

Crédito mais difícil

A C&A lançou seu produto próprio no quarto trimestre do ano passado, o cartão C&A Pay. No terceiro trimestre deste ano, as perdas líquidas nesta carteira atingiram 23,5%, ante 19,5% nos três meses imediatamente anteriores.

A participação nas vendas subiu de 13% para 14%. Foram emitidos no trimestre quase 480 mil cartões digitais, atingindo mais de 1,95 milhão de plásticos emitidos. O diretor de Produtos e Serviços Financeiros da C&A, Levi Fonseca, afirma que o nível de inadimplência está abaixo do plano inicial da companhia.

Ele lembra que, em fevereiro, a rede varejista fez um ajuste na política de concessão de crédito, evitando, assim, um aumento mais expressivo do número de devedores: “Sabíamos que o cenário macro, por causa de inflação e taxas de juros, era mais complicado. Tomamos uma medida preventiva e fomos mais conservadores.”

Fonseca acredita que a taxa de inadimplência nos cartões próprios se estabilize na faixa próxima aos 20%. O objetivo da empresa é que essa modalidade alcance entre 35% a 40% do faturamento.

Na Guararapes, o nível de perdas do cartão Riachuelo atingiu 5,1% no fim do terceiro trimestre deste ano, frente a 4% no mesmo período de 2021. O percentual inclui as operações realizadas pela Midway, financeira da empresa, e do cartão bandeirado.

As vendas realizadas com os dois cartões representavam 35% do total no terceiro trimestre desde ano.

“Posicionamos a carteira em um nível de risco inferior ao que se tinha no pré-pandemia. Com esse posicionamento, colhemos frutos em níveis de perdas mais adequados com a situação do cenário macroeconômico atual. O desafio, dentro da nossa base de clientes, é explorar receita de juros, mesmo em clientes com apetite a crédito menor”, disse o diretor executivo do grupo e responsável pela financeira Midway, Francisco Santos, durante a apresentação dos resultados trimestrais.

Nas Lojas Marisa, a participação dos cartões próprios mais a marca bandeirada nas vendas foi de 36,6% no terceiro trimestre, queda em relação aos 40,3% do ano passado.

Segundo a empresa, os números são “reflexo da política mais conservadora de concessão nesse período devido à alta nos níveis de inadimplência do consumidor em geral.”

Apesar do aumento na inadimplência, ainda vale a pena para as empresas manterem suas próprias financeiras, de acordo com analistas do varejo.

“Obviamente tem esse custo nesse cenário macro. Mas, para as varejistas, principalmente as que atendem uma classe mais baixa e que não tem acesso ao crédito com tanta facilidade, acaba sendo estratégico ter essa frente financeira, dando fôlego para os clientes comprarem dentro da empresa”, disse Danniela Eiger, da área de varejo da XP.

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