Segunda-feira, 23 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 15 de maio de 2020
Desde que estreou seu programa “Além da conta”, no GNT, Ingrid Guimarães viu o Brasil e a sua economia passar por várias mudanças, que impactaram diretamente no conteúdo da atração. Agora chegou a vez de ela encarar algo que tem feito o mundo inteiro discutir novos hábitos: a pandemia do novo coronavírus.
“Acho que a relação com o consumo já vinha mudando, e a pandemia fez isso mudar ainda mais, de uma hora para outra”, diz ela, que conversa sobre o assunto com nomes como Anitta, Paulo Gustavo e Fábio Porchat, na temporada que estreou na terça-feira. As entrevistas foram todas gravadas remotamente. “Usamos um apartamento ao lado do meu, que ficou vago na quarentena, onde criamos um pequeno estúdio.”
Mas não é só o programa que mudou. Ingrid também está diferente. Abaixo, ela conta como tem lidado com seus hábitos em meio a tantas mudanças.
1-Depois de tantas temporadas, a sua relação com o consumo mudou?
O nosso país e a nossa economia mudaram desde que fiz o primeiro “Além da Conta”. Lá no início, tínhamos o real muito próximo do dólar. Existia aquele frenesi por consumir. Desde o ano passado, mudamos o conceito do programa, porque não via mais sentido em falar sobre esse tipo de consumo. Eu mesma não sou mais essa pessoa que ama comprar. Aliás, nesse momento de pandemia, só tenho comprado o básico. Penso em como o dinheiro que gastaria com algo pode ajudar uma causa. Acho que a relação com o consumo já vinha mudando, e a pandemia fez isso mudar ainda mais de uma hora para outra. A maneira como consumimos, a forma como lidamos com a vida agora, através de uma tela. E o consumo passou a ser nesse ambiente virtual. Consumimos fotos, notícias, informação… A quarentena deu o aval que a gente precisava pro nosso vício no celular.
2-Gravar um programa remotamente sem a estrutura com a qual está acostumada foi desafiador?
Muito. Usamos um apartamento ao lado do meu, que ficou vago na quarentena, onde criamos um pequeno estúdio. A direção foi remota. A seleção do figurino e da maquiagem também. Tive o apoio da minha irmã, que produziu, assim como a minha filha e o meu marido também ajudaram. Nossas entrevistas foram todas virtuais. Tivemos uma dependência total do wi-fi para fazer o programa. O que eu senti de diferente, nessa edição, é uma disposição maior das pessoas para conversar. As pessoas estão com mais tempo e mais sensíveis. Mas é uma edição especial.
3-De uma maneira geral, o que mais tem surpreendido você em relação ao comportamento das pessoas, especialmente no Brasil, diante da pandemia?
A rede de solidariedade que surgiu nesse momento. É ver pessoas se unindo para ajudar o próximo, é esse sentimento de coletividade. Eu, hoje, acordo pensando como posso ajudar alguém. E não falo só de solidariedade de dinheiro, mas de afeto e de escuta. Acho que as pessoas pararam a olhar mais o outro. O lado ruim é ver como ainda tem pessoas que não entenderam a gravidade do coronavírus e de como ele é letal.
4-E com os participantes de seu programa? Algo surpreendeu você?
Essa temporada é um misto de emoções. Ri, chorei, renovei esperança… Conversei com pessoas que estão na linha de frente. Eu me emocionei com o (Antônio) Fagundes falando do futuro do teatro e da nossa arte, com a esperança juvenil da Lari, gargalhei com Paulo Gustavo, me identifiquei como mãe com a Giovana Antonelli, fiquei impressionada com a energia criativa da Anitta. A história de como Teresa Cristina começou fazer suas lives, por exemplo, é linda. Enfim, está todo mundo mais aberto para conversa, mais disponível e sensível.
5-Como tem sido a sua rotina diante das recomendações de isolamento para quem pode ficar em casa?
Tenho ficado em casa, junto com a minha família. Vivo num lugar de privilégio, saio quando preciso . Sei que tem pessoas que não podem ficar em casa. Então, se eu posso ajudar dessa forma, eu fico. Aproveito para curtir a minha filha, assisto a um filme, jogo, estudo com ela. E estou escrevendo meu próximo roteiro, colocando ideias no papel, vendo séries, ligando para os amigos, malhando e fazendo terapia pra não pirar. E, é claro, ajudando a quem não pode se dar ao luxo de não trabalhar.