Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 23 de julho de 2021
Sem a presença público nas competições dos Jogos Olímpicos de Tóquio, a economia japonesa deve acumular uma perda bilionária.
Um estudo realizado pelo Nomura Research Institute (NRI) mostra que a ausência de público nas competições deve trazer uma perda de US$ 1,3 bilhão, fazendo com que o impacto econômico dos jogos fique em US$ 15,1 bilhões.
Com a restrição, a conta dos jogos não deve fechar. Só o custo para sediar o evento é de US$ 15,4 bilhões.
Como base de comparação, sem qualquer tipo de restrição para o público japonês, as Olímpiadas trariam um retorno de US$ 16,4 bilhões, segundo o levantamento do NRI.
Embora os impactos sejam bilionários, os pesquisadores do NRI defenderam que a limitação do público deve se valer do risco de infecção por coronavírus e não por aspectos econômicos. Segundo eles, o impacto no Produto Interno Bruto (PIB) do país deve ser bem limitado.
“A eliminação total dos espectadores ainda reduziria o benefício potencial (dos jogos) em apenas 0,02% do PIB”, escreveram os pesquisadores em maio.
No início de julho, o primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, informou que Tóquio entrou em estado de emergência por causa do aumento de casos de covid-19, o que fez com que a capital japonesa vetasse público.
Algumas cidades que também recebem partidas dos jogos até devem permitir a entrada de uma parcela do público, mas será insuficiente para compensar a decisão de Tóquio.
Covid preocupa
O aumento de casos de coronavírus tem preocupado as autoridades econômicas do Japão.
Segundo a agência Reuters, num relatório de julho, o governo afirmou que é preciso dar atenção para o surgimento de casos de coronavírus e possíveis impactos na economia.
“A economia mostra fraqueza crescente em algumas partes, embora continue melhorando em meio a condições severas devido ao coronavírus”, disse o governo em sua avaliação das condições econômicas de julho.
No primeiro trimestre deste ano, a queda do Produto Interno Bruto (PIB) foi revisada de 1,3% para 1%.
Abertura
Com um ano de atraso, as Olimpíadas de Tóquio foram abertas oficialmente em uma cerimônia tocante, sem público — por causa da covid. O evento de mais de três horas de duração levou mensagens de agradecimento aos profissionais de saúde e de esperança em meio à pandemia.
A solidão na esteira representava o esforço de milhares de atletas para vencer a pandemia, mesmo quando a sensação era de correr sem sair do lugar. O silêncio homenageava vítimas da covid e do terremoto de 2011.
Das dores, o Japão quis tirar lições. Os discursos oficiais falavam de solidariedade e gratidão. Diante de um estádio sem público e de um espetáculo com número limitado de figurantes e atletas.
Se não havia a aglomeração habitual, quem desfilou não queria perder a chance de celebrar a vida. Por menor que fosse a delegação — como a brasileira: por segurança dois oficiais do Comitê Olímpico e apenas dois atletas.
Os porta-bandeiras transformaram por um breve momento o estádio olímpico japonês em Sapucaí. Ketleyn Quadros e Bruninho — do judô e do vôlei. Esportes acostumados a trazer medalhas para o Brasil e que entraram para o programa olímpico em Tóquio 1964.
A maior parte dos países atendeu ao chamado da igualdade, escalando um homem e uma mulher à frente da equipe olímpica. Retrato de um evento em que a proporção nunca foi tão próxima.