Armando Burd Jogo duplo
Por Redação O Sul | 20 de abril de 2016
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Até a votação sobre o futuro da presidente Dilma Rousseff, cada dia dos senadores terá 48 horas de conversas e convencimentos. Renan Calheiros equilibra-se sobre um fio, faz mesuras para o governo e às vezes parece ser um oposicionista envergonhado. Ontem, adiou a escolha dos integrantes da comissão do impeachment, dando uma semana de prazo para o PT se articular. Como não é confiável, o Planalto espera para breve uma punhalada. Tática de Sua Excelência.
SILÊNCIO
O líder do PMDB na Assembleia, deputado Gabriel Souza, abriu a sessão plenária de ontem tratando do impeachment e da conjuntura política nacional. Nem os ataques insistentes fizeram a bancada do PT usar o microfone de apartes para se defender. As manifestações só vieram após a votação de projetos.
DEMOROU
Após quatro anos de insistência, a deputada Zilá Breitenbach conseguiu aprovar ontem, por unanimidade, seu projeto que estende a Lei da Ficha Limpa aos cargos efetivos, de confiança e funções gratificadas dos órgãos públicos do Estado.
NADA MUDOU
A memória às vezes é curta: em 1992, para o impeachment de Collor as frases foram as mesmas: em nome da família, do bisavô, da tia, dos eleitores da cidade mineira de Resaquinha e do papagaio da casa do vizinho,o voto é…
O pior desta vez foi a sessão no domingo com acompanhamento da maioria da população por rádio e TV. Ficou registrada como a audiência recorde da história da Câmara.
MAIS DINHEIRO
A 20 de abril do ano passado, a presidente Dilma sancionou o orçamento geral da União sem vetar a proposta que triplicou os recursos públicos para o fundo partidário. De 289 milhões e 500 mil reais saltaram para 868 milhões que seriam distribuídos ao longo de 12 meses.
A esperada ampliação da base de apoio ao governo não ocorreu.
RÁPIDAS
* O senador Lasier Martins começa a ser procurado por outros partidos. Votará a favor do impeachment, contrariando ordem do PDT, e sabe qual é a punição.
* Amanhã à noite, sob comando de Carlos Lupi, o PDT usará rede nacional de rádio e TV para defender a presidente Dilma.
* Muitos ainda têm o adesivo com o slogan da campanha de Lula em 2002: por um Brasil decente. Depois, aliou-se com líderes que hostilizava.
* Na corrida presidencial, Jair Bolsonaro tem 8 por cento das intenções de voto. Os efeitos de elogios e ataques de domingo serão conferidos na próxima pesquisa.
* Marta Suplicy, ex-PT, será defensora ardorosa do impeachment no Senado. Tem fortes pendengas com o núcleo poder do Planalto.
* Sem terem sido convidados, alguns declaram que não participarão da eventual equipe de Michel Temer. É um modo costumeiro de aparecer.
* Projeto em tramitação na Câmara dos Deputados proíbe transporte de passageiro alcoolizado ou drogado ao lado do motorista. Não pode permitir a entrada.
* Acumulam-se propostas esdrúxulas para a hipótese de substituição na Presidência. Só não sugeriram ainda o sorteio.
* Resultado paralelo e atualizado de domingo: 367 sim, 137 não, 7 abstenções, 2 ausências e mais de 100 mil professores de Português quase sofrendo infarto.
* As próximas atrações na Câmara dos Deputados: o Festival de Cuspidas e a escolha do Parlamentar mais Brega.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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