Segunda-feira, 30 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 16 de agosto de 2020
Uma jornalista italiana foi agredida por cerca de 30 pessoas no domingo (16) enquanto filmava uma ação de agentes locais para que os banhistas cumprissem as normas sanitárias anti-Covid na praia de Barcarello, em Palermo.
Além da repórter, uma amiga que estava com ela e que tentou defendê-la também foi agredida. Segundo relatou, a profissional estava registrando a tentativa dos agentes de desmontar barracas dos banhistas, que não podem ser montadas conforme o decreto vigente no país. Ainda conforme a jornalista, a ação deles também “não estava andando serenamente”.
“Em tantos anos de atividade, nunca tinha visto algo assim. A raiva, a violência sem motivo e aplicada sem nenhum rancor. Mas, o que me feriu mais foi a indiferença de quem assistiu a cena e não fez nada. Um homem a quem pedi ajuda me disse ‘não’. Tinha também quem só fazia um vídeo com o celular”, disse a repórter. Segundo a italiana, ela falou para as pessoas que não as tinha filmado, que focava só nos agentes, “mas, naquele momento, um grupo veio para cima de mim”.
“Eu caí no chão e contra mim eram tapas, socos e chutes. Uma mulher me deu um soco no nariz. Eram mulheres, muitas. Os homens só olhavam. Minha amiga que estava me esperando no carro, saiu para me defender, mas também ela foi agredida. Um homem deu um chute nela, fazendo ela cair. Me insultavam e me batiam”, relatou.
De acordo com a repórter, as agressões só pararam com a chegada dos carabineiros – que foram chamados pelos agentes comunitários que estavam tentando realizar a ação de remoção. A polícia investiga o caso.
Coronavírus
O governo italiano anunciou o fechamento das discotecas e a obrigação do uso de máscara à noite em locais públicos, para evitar uma segunda onda da pandemia do novo coronavírus. O ministro da Saúde, Roberto Speranza, assinou um decreto que entra em vigor nesta segunda-feira e que torna obrigatório o uso da máscara entre 18h00 e 6h00 em locais públicos onde se “formam grupos”.
O decreto também suspende o funcionamento das discotecas ao ar livre, já que os locais de festa em espaços fechados não haviam sido autorizados a retomar as atividades. A medida permanecerá em vigor pelo menos até 7 de setembro e foi anunciada após várias divergências entre o governo central e as autoridades regionais a respeito das restrições que deveriam ser aplicadas no setor de lazer noturno, que emprega quase 50.000 pessoas.
A decisão foi tomada durante o chamado “Ferragosto”, justamente este fim de semana de 15 e 16 de agosto, o momento em que mais italianos estão de férias e frequentam as praias. A imprensa publicou nos últimos dias imagens de vários grupos de jovens dançando em discotecas ao ar livre, ignorando as advertências das autoridades de saúde, preocupadas com o aumento dos casos de coronavírus. Até o domingo (16), apenas a Calábria e a Basilicata tinham proibido o funcionamento desses estabelecimentos. Com o anúncio, também estão proibidos que bares e restaurantes tenham áreas de dança.
Speranza, segundo interlocutores, disse que tomou a medida para mostrar para todos que “ainda é preciso permanecer alerta” com pandemia. Como forma de tentar diminuir o impacto da decisão, o governo se comprometeu a ajudar o setor. De acordo com fontes, há cerca de 100 milhões de euros disponíveis para o auxílio. A Itália, primeiro país europeu afetado pelo coronavírus, registra 254.000 contágios e mais de 35.000 mortes por coronavírus.