Segunda-feira, 29 de abril de 2024

Porto Alegre
Porto Alegre, BR
19°
Mostly Cloudy

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Geral Lojistas atribuem queda nas vendas ao aumento de gastos da população em apostas esportivas

Compartilhe esta notícia:

As apostas esportivas invadiram o mercado brasileiro nos últimos anos. (Foto: Reprodução)

O brasileiro tem utilizado os recursos que guarda na poupança para tentar a sorte nas “bets”, as apostas esportivas que invadiram o mercado nos últimos anos. As classes de renda mais baixa (C, D e E) têm participado mais ativamente desses jogos on-line do que a população de maior renda (A e B), mostra o primeiro estudo sobre o tema do Instituto Locomotiva, obtido pelo jornal Valor Econômico.

Os jogos esportivos on-line foram regulamentados por meio da Lei 14.790/23, sancionada em dezembro, e que permite que empresas privadas operem no segmento.

O aumento nos gastos no setor vem preocupando especialmente o varejo alimentar, cujas vendas são mais dependentes da renda familiar do que de crédito. Na metade do ano passado, varejistas e atacadistas identificaram, em pesquisas internas com consumidores, um crescimento no direcionamento da renda para as “bets”, e a Locomotiva foi contatada para tentar mapear melhor esse movimento, apurou o Valor.

Com base nos números da balança de pagamentos do Banco Central (BC), que trazem cálculos aproximados do montante que passa pelas contas de apostas e jogos on-line, a soma movimenta o equivalente a 8,5% do faturamento anual do setor de supermercados, hipermercados e atacarejos – este é o maior segmento de varejo do país.

As empresas do setor estimam cerca de R$ 60 bilhões (US$ 12 bilhões a US$ 12,5 bilhões) em jogos digitais no ano de 2023, segundo projeção anualizada com base em dados do BC até novembro. E o varejo alimentar físico e digital deve movimentar cerca de R$ 700 bilhões no ano.

De acordo com o levantamento da Locomotiva, 51% dos brasileiros ouvidos pela pesquisa têm utilizado recursos que iriam para a poupança, no fim do mês, nas apostas (é o maior índice da pesquisa) e 48% tem redirecionado o dinheiro gasto em bares, restaurantes e delivery. Outros 45% desviaram de diferentes tipos de jogos (como loterias) e 41% da compra de roupas e acessórios (eram questões de múltipla escolha aos entrevistados).

Quase metade (48%) diz que se parasse de apostar, usaria os recursos para reforçar a poupança.

Foram ouvidas 1.007 pessoas, acima de 18 anos, em 203 cidades, entre os dias 2 e 11 de dezembro, e a amostra foi ponderada segundo perfil da população brasileira no IBGE. A margem de erro é de 3,1 pontos.

Na avaliação de Renato Meirelles, presidente da Locomotiva, empresa de pesquisas, as “bets” conseguiram um “feito” ao unir num único produto vários aspectos que atraem a audiência.

“Quem aposta acredita que está dando uma chance ao seu conhecimento, a tudo que ele entende de futebol ou de algum outro esporte. O consumidor não acredita que está só fazendo uma ‘fezinha’, mas que tem a ver com o seu talento e com a informação que ele tem”, diz. “Afinal todo brasileiro acredita que um técnico de futebol”.

Além disso, ainda pesa o fato de ser um produto que explora o apelo da “gamificação”, que envolvem dinâmicas lúdicas, com foco no entretenimento, gerando engajamento, e ainda há o próprio formato do serviço. “Você pode jogar durante a partida, em tempo real, assistindo o jogo com o celular na mão. São muitos estímulos envolvidos”, afirma.

Pelos dados, 29% da população adulta já fez apostas em sites e “apps” especializados, número que representa 44,8 milhões de pessoas nessa faixa etária – reflexo, em parte, do forte investimento em mídia que as marcas têm feito em veículos tradicionais e digitais, além da escalada nos patrocínios dos times de futebol.

A taxa supera atividades como bingo, caça-níqueis e poker, e quase empata com as apostas informais (como os bolões), com 31%.

Ao se considerar aqueles declarados usuários, quase 70% joga pelo menos uma vez ao mês – equivalente a quase 31 milhões de adultos. Um a cada quatro testa a sorte mais de uma vez por semana ou todos os dias da semana.

Entre as classes sociais, 30% daqueles pertencentes às camadas C, D e E já jogou ou costuma jogar nas “bets” de esportes – só perde para loteria federal e jogo do bicho. Na população A e B, esse índice é menor, de 24%, ficando apenas em quinto lugar entre as escolhas.

“Temos reforçado que o uso de reservas de emergência, como da poupança, para essas apostas é algo de altíssimo risco, pela elevada probabilidade de perda de todo o capital colocado, o que acaba pesando no fim do mês no orçamento familiar”, diz Hugo Alex, planejador financeiro pela Associação Brasileira de Planejamento Financeiro.

“É importante investir com finalidade específica, e não deixar que o jogo afete o compromisso com o investimento”, afirma o professor Jomar Miranda Rodrigues, do Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais da UnB. As informações são do jornal Valor Econômico.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Geral

Saiba quais devem ser os próximos passos da Gol em recuperação judicial nos Estados Unidos
Tesouro Nacional abre 40 vagas de nível superior, com salários acima de R$ 20 mil
https://www.osul.com.br/lojistas-atribuem-queda-nas-vendas-ao-aumento-de-gastos-da-populacao-em-apostas-esportivas/ Lojistas atribuem queda nas vendas ao aumento de gastos da população em apostas esportivas 2024-01-27
Deixe seu comentário
Pode te interessar