Quarta-feira, 08 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 7 de setembro de 2015
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse no domingo (06), em entrevista ao jornal argentino Página 12, que a solução da crise no Brasil é mais política do que econômica. “Se escolhermos a solução econômica correta teremos acertado na política. Se formos bem sucedidos na política vamos ter solucionado a economia.”
Segundo o petista, é preciso ficar atento ao ciclo das ações do governo e necessário retomar os investimentos que, no entanto, dependem da credibilidade que as pessoas têm no governo. “Se a economia não cresce o Estado não coleta. Se o Estado não recolher o Estado não investe. Se o Estado não investir os empresários não investem, porque eles não têm confiança. Se o Estado não recolhe por conta desse ciclo, o Estado terá que aumentar os impostos”, afirmou, destacando que isso enfraqueceria o governo politicamente. “Ou seja, há toda uma engenharia que não está em livros de economia, porque é político.”
Ele reconhece também a fragilidade do governo de sua sucessora, a presidenta Dilma Rousseff, além das dificuldades com o Congresso. “Não é difícil encontrar uma saída. Eu sei que hoje temos certa insegurança na base de sustentação política do governo por divergências entre a Câmara dos Deputados e o governo. Mas se recuperarmos a harmonia política também poderemos resolver os problemas econômicos”, disse Lula, para quem o “dever” de Dilma é governar.
O ex-presidente argumentou ainda que não há “nenhuma razão” para o impeachment de sua sucessora e que as denúncias de corrupção devem ser separadas da condução do governo. “Não há nenhuma razão [para o impeachment], nenhuma razão para acusar Dilma. Todo mundo sabe o caráter da presidenta”, disse. “Há alegações de corrupção, mas que devem ser separadas da condução do governo.”
Lula passará a semana viajando. Nesta terça-feira (08), o ex-presidente fará uma palestra na capital paraguaia, Assunção. Na quarta-feira (09), estará em Buenos Aires (Argentina), onde participará de um evento ao lado da presidenta Cristina Kirchner.