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Por Redação O Sul | 3 de fevereiro de 2019
O presidente Jair Bolsonaro foi submetido a uma tomografia de abdômen na tarde deste domingo (03), que descartou complicações cirúrgicas ou piora em seu quadro de saúde, informou o boletim medico divulgado pelo hospital Albert Einstein. O presidente permanece internado no hospital , onde passou por cirurgia no último dia 28 para retirada de uma bolsa de colostomia e reconstrução do trânsito intestinal.
De acordo com o hospital, Bolsonaro é mantido em jejum e recebe alimentação por via intravenosa. Faz fisioterapia respiratória no quarto do hospital e não apresenta sinais de infecção. Ainda segundo a equipe médica, a evolução do quadro do presidente está dentro do esperado.
Desde sábado, quando apresentou um quadro de enjoo e vômitos, Bolsonaro é auxiliado por uma sonda nasogástrica, que vai do nariz ao estômago, e drena as secreções da cavidade estomacal. Foram essas secreções as responsáveis pelo mal estar relatado pelo presidente. Elas se acumularam porque as movimentações do intestino delgado do presidente pararam – ou diminuíram muito.
Segundo a equipe de comunicação da presidência, a equipe médica considerou a tomografia abdominal “tranquilizadora”. Ainda segundo a equipe da Presidência, Bolsonaro não se queixou de náuseas ao longo do dia, e há sinais de que seus intestino recupera os movimentos “de maneira incipiente”.
As visitas a Bolsonaro seguem restritas, e ainda não se fala em previsão de alta ou de retomada da dieta oral. A previsão de alta originalmente divulgada – algo em torno de dez dias depois da cirurgia – não foi descartada. Mas o presidente deve passar por duas avaliações medicas diárias, que podem constatar a necessidade de estender a internação.
Ao longo do domingo, segundo a presidência, Bolsonaro manteve repouso absoluto, e dormiu a maior parte do tempo. Foi acompanhado pela mulher, Michelle Bolsonaro, e pelo filho, o vereador Carlos Bolsonaro.
Na semana anterior, Bolsonaro passou por uma cirurgia para retirada da bolsa de colostomia e para religação do intestino delgado ao grosso. Durante operações desse gênero, os movimentos do intestino delgado cessam, e tendem a retornar em 24h ou 48h. E só então que o paciente pode abandonar o jejum e passar a consumir dieta líquida.
Segundo Eduardo Grecco, cirurgião do aparelho digestivo e professor da Faculdade de Medicina do ABC, os médicos de Bolsonaro devem passar os próximos dias observando se o intestino do presidente retoma suas atividades habituais. Nesse meio tempo, Bolsonaro deve se manter em jejum e receber solução intravenosa para reequilibrar a presença de elementos como sódio e potássio no organismo. É uma situação semelhante àquela imediatamente após a operação de segunda-feira: “Para todos os efeitos, é como se a recuperação do presidente tivesse retornado à estaca zero”, diz o professor.
Segundo ele, em casos assim, é comum que o paciente continue internado por mais sete ou dez dias. Nesse período, os médicos observam se as atividades do intestino foram retomadas e, aos poucos, reintroduzem a dieta oral. Se os movimentos não retomarem, ou se for constatada obstrução, o quadro pode exigir nova cirurgia: “E aí o tempo de internação pode subir para 15 dias”, afirma Grecco.