Quarta-feira, 15 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 24 de julho de 2016
Jerika Bolen tem 14 anos e passou praticamente toda a vida convivendo com os efeitos de uma doença degenerativa e sem cura, a atrofia muscular espinhal. Mas agora, a adolescente admite que cansou de lutar contra as dores crônicas e a rotina imposta pela condição de saúde e tomou uma dura decisão: a eutanásia. A menina pretende interromper o tratamento que a mantém viva depois do baile de formatura.
Decisão libertadora.
“Quando tomei a decisão me senti extremamente feliz e triste ao mesmo tempo’, disse Jerika. “Houve muitas lágrimas, mas eu percebi que estarei em um lugar melhor e não vou mais sentir essa dor horrível. Eu estive trabalhando nisso internamente e pensando nisso por muito mais tempo que qualquer um.” Ela usa uma cadeira de rodas e tem alguns movimentos na face, apesar de ter problemas de deglutição. A jovem também consegue movimentar as mãos e dos braços, mas precisa de ajuda para tudo e usa ventilação mecânica metade do tempo. A americana já passou por mais de 30 cirurgias desde que foi diagnosticada, aos 8 meses, e os músculos só se degeneraram depois de cada procedimento. A medicação reduz apenas em 20% a dor constante que ela sente.
Último desejo: ir ao baile de formatura.
A adolescente informa que a eutanásia deve ocorrer em agosto. Ela pretende interromper o tratamento e a ventilação que a mantêm viva. Para isso, a menina conta com o apoio da mãe, Jen. “Se ela está em paz, eu tenho que encontrar uma maneira de ficar em paz. Eu sei que ela só tem 14 anos, mas ela é madura o suficiente para decidir. O corpo e a dor são dela”, afirmou a mãe. Por enquanto, a família só quer fazer os últimos dias da vida de Jerika felizes. Todos estão empenhados em realizar os desejos da adolescente, que incluem viagens, filmes, noites com os amigos e o tão sonhado baile de formatura da escola. O vestido já foi escolhido. “Eu tento ter o máximo de felicidade possível”, assinalou a menina. “Eu sei que não posso ser feliz todos os dias. Ainda me pergunto por que Deus me escolheu para ter esta doença e sei que nunca vou saber o motivo. Talvez porque eu sou forte, eu acho”. (AG)