Domingo, 11 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 4 de novembro de 2023
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) promoveu esta semana um novo corte de 0,5 ponto porcentual na Selic, fazendo com que a taxa básica caísse de 12,75% para 12,25% ao ano. A medida tem reflexos nos investimentos corrigidos pela taxa, como o Tesouro Selic.
Para analistas do mercado, porém, mesmo com a queda, essa continua sendo uma aplicação rentável, especialmente considerando o baixo risco. Com a Selic a 12,25% ao ano, o Tesouro ainda ganha com folga da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que acumula alta de 3,5% no ano até setembro, e de 5,19% nos últimos 12 meses.
O título também supera a poupança. Quando a Selic está acima de 8,5%, a caderneta tem rendimento limitado a 0,5% ao mês, ou 6,17% ao ano, mais a variação da taxa referencial (TR), hoje em 0,1397% ao mês.
Nos patamares atuais, o Tesouro Selic tem rendido mais até mesmo que as principais ações da Bolsa de São Paulo (B3).
Igor Seixas, sócio e head de renda fixa da Inove Investimentos, diz que os títulos atrelados à Selic continuam muito atrativos, em especial, o Tesouro, por ter a garantia do governo federal. Segundo ele, essas aplicações têm baixa volatilidade em relação aos títulos atrelados à inflação, por exemplo.
“Apesar do corte, esses títulos continuam em um patamar muito próximo de 1% ao mês.
E isso não é nada mal, principalmente se você comparar com a poupança, que roda bem abaixo disso. E o investidor foge da marcação a mercado (dos fundos).”
Outra vantagem do Tesouro Selic em relação à poupança, lembra ele, é que além de render mais tem capitalização diária, enquanto a caderneta paga os rendimentos mensalmente. Ou seja, no Tesouro, o investidor receberá o rendimento proporcional ao tempo aplicado em qualquer momento do mês. Já na poupança o pagamento dos juros ocorre na acordo com a data de aniversário do depósito. Se resgatar antes desse dia, o investidor perde a remuneração do mês.
Prazos
O Tesouro Selic é recomendado para aplicações de curto prazo ou que necessitam de liquidez, como a reserva de emergência. Se o investidor busca uma aplicação de longo prazo, porém, o Tesouro Prefixado tem apresentado rentabilidade maior neste cenário de queda da taxa
Selic, avalia Jaqueline Benevides, sócia da plataforma InvestAI e especialista em renda fixa.
A analista fez duas projeções, com títulos com vencimentos em 2026 e 2029. Nos dois casos, o rendimento é maior no prefixado, considerando que o dinheiro fique aplicado até o vencimento. Segundo ela, considerando as taxas atuais, o Tesouro Selic 2026 teria rendimento bruto de 22,52% no vencimento, enquanto o prefixado 2026 pagaria 25,75%. Já o Tesouro Selic 2029 renderia 57,07% no fim do prazo, e o prefixado, na mesma data, 76,81%.
“No prefixado, o investidor sabe o que vai receber ao ano. Se está pensando em fazer retirada daqui a três, quatro meses, ele não tem que olhar para o Tesouro Prefixado. Essas são simulações feitas para se levar até o vencimento, quando o título dará mais rentabilidade. Se tiver que sacar antes, o investidor estará sujeito à marcação a mercado e pode sair com prejuízo”, diz.