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Por Redação O Sul | 21 de março de 2020
Até agora, 27 mil já foram enviados para os Estados; Organização Mundial da Saúde defende testagem em massa
Foto: ReproduçãoO Ministério da Saúde anunciou neste sábado (21) que irá distribuir 10 milhões de testes rápidos para ampliar o número de pacientes testados para o novo coronavírus no País.
Hoje, em razão do número de testes disponíveis, são avaliados apenas os casos considerados graves. Com isso, pacientes com sintomas leves não recebem a confirmação do coronavírus. Com a aquisição dos testes rápidos, a pasta quer aumentar o escopo de verificação.
Segundo o secretário de Vigilância, Wanderson Oliveira, primeiro será distribuído aos Estados um carregamento com 5 milhões de testes rápidos. Ele deve chegar ao País em até oito dias, disse o secretário.
Nas próximas semanas, a ideia do ministério é ampliar o número para 10 milhões de kits de testagem, avaliados a R$ 75 cada. De acordo com Wanderson, a pasta está em negociação com empresas como a mineradora Vale para que os testes sejam conseguidos por meio de doação. “Caso isso não seja possível, vamos fazer a aquisição com recursos do ministério”, afirmou durante entrevista coletiva.
Atualmente, o ministério informa que disponibilizou 27 mil testes para os estados brasileiros. Eles são do tipo laboratorial, que analisa o muco e a saliva para identificar material genético do vírus. Eles dependem de processamento por técnicos, e podem demorar dias para que se obtenha um resultado.
No caso do teste rápido, a verificação é feita por meio de uma gota de sangue, como uma aferição de glicemia realizada por diabéticos, segundo o ministério. A partir daí, seria possível saber o resultado em poucos minutos a partir da presença de antígenos ou anticorpos.
A própria OMS (Organização Mundial da Saúde) defende que seja feita uma ampla testagem da população, a exemplo do que aconteceu na Coreia do Sul. No país asiático, dados mais recentes mostram que 307 mil sul-coreanos já realizaram o teste — quase que 0,6% da população.
Neste sábado, a contagem de casos confirmados no Brasil passou de 1 mil e o número de mortos chegou a 18, sendo 15 em São Paulo e 3 no Rio de Janeiro.
Além dos testes rápidos, os estados já começaram a se mobilizar para ampliar o número de testes laboratoriais disponíveis. Em São Paulo, por exemplo, o plano é adquirir 20 mil unidades. Ceará e Mato Grosso do Sul também já analisam a possibilidade de compra de mais kits, ainda sem prazo para entrega nos laboratórios.
A reclamação das diversas instâncias do poder público e também de redes de saúde particulares é de que não há testes do tipo laboratorial o suficiente no mercado para suprir a demanda de testar todos os pacientes com sintomas. Por isso a preferência é dada aos casos graves.
Responsável pelo fornecimento para o Ministério da Saúde, o laboratório de Bio-Manguinhos, da Fiocruz, afirma que vai expandir a produção de testes moleculares.
Segundo o laboratório, há expectativa de redução do preço desses kits (R$ 98) quando houver ganho de escala e com o fim da condição de emergência, que encarece os custos de aquisição dos principais insumos envolvidos na produção. Esta redução pode ser de até 20%.