Sábado, 18 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 19 de abril de 2018
Em 1896 o Brasil vivia seus primeiros anos de República e tinha assinado recentemente sua lei para dar fim à escravidão. O mundo ainda não acompanhara eventos-chave para a atualidade como a Revolução Russa e as duas Guerras Mundiais. É bem provável que a sua bisavó (ou tataravó) sequer tenha nascido nessa época. Mas esse não é o caso do chileno Celino Villanueva Jaramillo, que morreu na última terça-feira com supostos 121 anos de idade.
Jaramillo seria mais velho do que o japonês Masazo Nonaka, que morreu aos 112 anos e tem seu nome escrito no Guinsess, o Livro dos Recordes. A falta de documentos comprovatórios seria o principal entrave para que o chileno não fosse considerado o humano mais longevo do planeta: Jaramillo só obteve um Registro Civil formal em 1965, quando já era considerado idoso e tinha 69 anos.
O chileno vivia em Mariquina, na porção sul do país. Nos últimos anos, teve a ajuda de uma vizinha para viver: um incêndio destruiu parte de sua casa e incinerou fotografias e outras recordações. Trabalhando como camponês desde jovem, nunca se casou nem teve filhos.
Mesmo sem o recorde oficial, os habitantes de Mariquina querem homenagear Jaramillo dando seu nome a uma praça da cidade. Para seus conhecidos, ‘Don Celino’ foi um homem alegre e com gosto pela vida.
Mulher mais velha do mundo
Com a morte da italiana Emma Morano, aos 117 anos e 137 dias, confirmada em abril de 2017, o título de mulher mais velha do mundo passou às mãos da jamaicana Violet Brown. Conhecida como “Tia V”, ela é 101 dias mais nova que a antecessora e supera em quase cinco meses a nova segunda colocada.
A supercentenária nasceu em 10 de março de 1900, há 117 anos e 37 dias, na mesma parte da ilha caribenha em que o campeão olímpico e homem mais veloz do mundo, Usain Bolt. Mas, quando ela nasceu, a Jamaica ainda fazia parte do Império Britânico, o que faz da idosa a última súdita viva da Rainha Vitória, morta em 1901.
Violet Brown viu na mesma casa durante todo o tempo de vida, registrada como recorde no Livro dos Recordes Guinness. Sagrada como a mulher mais velha da história de seu país, ela ainda convive com o filho Harold Fairweather, de 96 anos — a pessoa de mais idade a ter o pai ou a mãe vivos.
O Grupo de Pesquisa de Gerontologia de Los Angeles, que lista os supercentenários pelo mundo, registra apenas 43 pessoas com mais de 11 décadas de vida. Para cuidar da parente, a família Brown criou a Fundação Violet Mosse, que arrecada fundos para o bem-estar da Tia V. Ao “The Observer”, o filho detalhou a dieta da jamaicana, acostumada a pequenas porções e produtos cultivados na região.
“Ela gosta de peixe e de carne de carneiro. Às vezes, ela come pé de vaca”, contou Fairweather. “Mas ela não come carne de porco ou frango”. Violet complementa a nutrição com batata-doce e frutas, em especial laranjas e mangas.
Violet trabalhou como fazendeira até assumir os cuidados do cemitério local que o marido costumava guardar. “Eu vivo pela graça de Deus e sou muito orgulhosa da minha idade”, bradou a senhora ao “Jamaica Observer”, quando ainda era a segunda mais velha. Cristã, ela também credita a longevidade à fé: garantiu, em 2011, que vivia muito por ter seguido os dez mandamentos durante a vida.