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Mundo Morte de adversário de Putin esvazia oposição russa

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Líder do Kremlin (E) tem sido acusado de responsabilidade na morte de Alexei Navalny (D). (Foto: EBC)

A morte de Alexei Navalny em um presídio no Ártico tem forte significado para a oposição ao presidente da Rússia, Vladimir Putin. Navalny era a última personalidade da política russa que tinha força suficiente para ser visto como um possível líder.

Na sexta (16), a reação na Rússia à morte de Navalny foi contida. No país, a dissidência política é atividade criminalizada. Advogados russos alertaram que seria melhor que ninguém se envolvesse em manifestações públicas.

Diante das declarações de líderes ocidentais de que o Kremlin estaria por trás da morte do opositor, o porta-voz do governo russo. Dmitry Peskov, reagiu dizendo que essas afirmações eram “absolutamente inaceitáveis”.

Navalny tinha 47 anos e mesmo nos momentos em que estava com a saúde abalada, procurava não demonstrar fraqueza e costumava aproveitar suas aparições públicas para contestar autoridades. Em um vídeo, com data de um dia antes da sua morte, ele aparecia sorrindo e fazendo questionamentos sobre o salário de um juiz.

Pessoas que o conheciam afirmam que ele vinha sofrendo de um acúmulo de problemas de saúde. Autoridades ocidentais dizem que talvez nunca fique claro qual foi a causa da morte.

Último opositor

Uma coisa, no entanto, é certa: a morte de Navalny põe fim àquele que era o último opositor político real de Putin.

Enquanto alguns críticos do presidente foram afastados por meio de pressões judiciais ou financeiras, outros foram assassinados ou envenenados. Houve um caso em que um desses críticos foi estrangulado com uma coleira de cachorro.

“Essa tem sido a lógica política do Kremlin: criar uma ausência de alternativas para os russos. Para garantir que o terreno é estéril”, diz Andrew Weiss, vice-presidente do Carnegie Endowment for International Peace, em Washington. “Eles querem que os russos vejam Putin como a única alternativa.”

Mortes

Autoridades do governo norte-americano e analistas da cena política russa têm visões diferentes sobre quando exatamente a pressão contra os opositores de Putin começou a envolver mortes e quantas dessas mortes ocorridas na Rússia ou no exterior foram arquitetadas pelo Kremlin ou resultado de disputas privadas. Mas pelo menos desde 2003, o país assiste a mortes suspeitas de políticos e empresários críticos de Putin.

Naquele ano, dois parlamentares morreram – um com um tiro, outro por causa de uma alergia, que colegas suspeitaram ter sido envenenamento. Os dois vinham investigando um ataque a bomba ocorrido em um apartamento em 1999 – quando Putin era então primeiro-ministro. O ataque que foi usado como pretexto para uma invasão à Chechênia.

Outras mortes ocorreram nos anos seguintes. Entre elas de Alexander Litvinenko, do magnata Boris Berezovsky e de seu sócio Nikolai Glushkov que tinha se mudado para Londres depois de ser preso na Rússia.

Navalny parecia indiferente às ameaças e às repetidas detenções. Tornou-se proeminente como blogueiro anticorrupção e depois como uma das figuras dos protestos ocorridos entre 2011 e 2012 contra as eleições – que as autoridades ocidentais consideraram fraudulentas. Navalny foi detido diversas vezes, o que só aumentou sua fama.

Indiferença

Thomas Graham, membro do prestigioso think tank americano, o Council on Foreign Relations, avalia que o Kremlin não está preocupado com as consequências externas da morte de Navalny porque Moscou já mantém relações frias com países influentes no Ocidente.

“Entretanto, a figura mais carismática da oposição na Rússia morreu”, disse Graham. “Vai ser muito difícil encontrar um substituto porque as condições que levaram a Navalny não são vistas mais atualmente. Não há manifestações, não há eleições em que concorram candidatos da oposição. Por isso, como é que alguém pode demonstrar que tem as qualidades de liderança que Navalny desenvolveu durante uma década?”

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