Terça-feira, 24 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 23 de junho de 2025
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) manifestou publicamente nos últimos dias o seu desejo de sediar o próximo Mundial de Clubes, que será disputado em 2029, no Brasil. A Fifa recebeu a indicação com agrado, mas haverá concorrência para abrigar o evento daqui a quatro anos. Espanha, Marrocos, Austrália/Nova Zelândia e Estados Unidos também são postulantes a palco do novo torneio.
Na última sexta-feira, o presidente da CBF, Samir Xaud, teve um encontro com o mandatário da Fifa, Gianni Infantino, em Miami, na Flórida, no qual expressou a vontade de receber a nova Copa do Mundo de Clubes de 2029, no Brasil.
“Tudo começou com uma conversa de apresentação. Falei dos meus objetivos à frente da CBF e disse que queremos estar mais próximos da Fifa. Elogiei o evento e o nível dos clubes brasileiros e, por fim, coloquei o País à disposição para receber o próximo Mundial. O presidente Gianni Infantino ficou muito feliz, disse que é totalmente possível. Agora vamos trabalhar para que dê certo. Vai ser um golaço”, afirmou Samir Xaud.
Um dos trabalhos da confederação é mostrar para a Fifa estabilidade política após a longa sequência de embaraços judiciais que culminaram com a saída de Ednaldo Rodrigues da presidência da entidade no mês de maio.
A CBF trabalha com dois fortes argumentos para convencer a Fifa, apesar de a candidatura ainda não ser oficial. O primeiro deles diz respeito à mobilização de torcedores brasileiros neste primeiro Mundial disputado nos EUA. Torcedores de Palmeiras, principalmente, Flamengo, Botafogo e Fluminense têm sido um espetáculo à parte no torneio.
Outro ponto a favor de uma candidatura brasileira está no fato de o País ser a sede da próxima Copa do Mundo feminina, que será celebrada em 2027 e contará com oito cidades-sede. A expertise de receber um grande evento das proximidades de outro conta favoravelmente.
O Mundial de Clubes passou a ocupar um espaço no calendário internacional que era da Copa das Confederações, cuja finalidade era ser um evento-teste para a Copa do Mundo de seleções do ano seguinte. Foi o que aconteceu até a disputa da Copa do Mundo da Rússia, realizada em 2018.
A Fifa já substituiria a Copa das Confederações pelo Mundial de Clubes em 2021. A sede seria a China, não o Catar, palco da Copa de 2022. No entanto, o evento foi cancelado por causa da pandemia de covid19. Dessa forma, a entidade máxima do futebol não vê como obrigatória a organização do Mundial de Clubes no mesmo país que receberá a Copa de seleções no ano seguinte. Mesmo assim, é uma solução vista com bons olhos.
Dirigentes da Fifa já planejam expandir o Mundial de clubes para 48 equipes em 2029, eliminando o limite de dois classificados por país. Sem essa restrição, potências como Barcelona e Liverpool poderiam estar na edição atual, aumentando o interesse de investidores.
Os EUA vão receber a Copa de 2026, e a Fifa aproveita alguns dos estádios que serão usados no ano que vem para partidas do Mundial de Clubes: Metlife Stadium (East Rutherford, no estado de New Jersey), Hard Rock Stadium (Miami Gardens, na Flórida), Lincoln Financial Field (Filadélfia, na Pensilvânia), MercedesBenz Stadium (Atlanta, na Geórgia) e Lumen Field (Seattle, em Washington).
O país norte-americano é uma das possibilidades aventadas pela Fifa como sede também do Mundial de Clubes de 2029. Além dos Estados Unidos, outras confederações de futebol já expuseram sua predileção em abrigar o torneio de clubes daqui a quatro anos.
O presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Rafael Louzán, fez movimento semelhante ao de Samir Xaud e se reuniu com Infantino. A Espanha vai organizar em 2030, ao lado de Marrocos e Portugal, a Copa do Mundo de seleções. Os marroquinos também já disseram que gostariam de sediar o Mundial de 2029 em conjunto com Espanha e Portugal.
Também desponta uma candidatura conjunta de Austrália e Nova Zelândia. Segundo a Reuters, os países da Oceania estão dispostos a entrar na concorrência para receber a competição em 2029. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.