Quarta-feira, 08 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 24 de abril de 2015
O mundo lembra nesta sexta-feira o centenário oficial dos massacres perpetrados pelos otomanos, que deixaram 1,5 milhão de armênios mortos entre 1915 e 1917. A igreja armênia canonizou ontem as vítimas do genocídio armênio, apesar das críticas da Turquia que rejeita a ocorrência de um “genocídio”. A missa foi celebrada pelo chefe da igreja armênia, Catholicos Karékine II, em Etchmiadzin, a 20 quilômetros de Yerevan, em um prédio do século 4 que é considerado a catedral cristã mais antiga do mundo.
No dia 14, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan havia taxado de delírios declarações do papa Francisco, que utilizou a expressão genocídio para descrever os massacres de armênios cometidos em 1915.
A Alemanha reconheceu, pela primeira vez, o “genocídio” armênio pela voz de seu presidente, Joachim Gauck. “Nós também devemos, nós alemães, fazer o nosso trabalho de memória”, disse, em cerimônia religiosa em Berlim, referindo-se à “corresponsabilidade e, potencialmente, até mesmo cumplicidade [da Alemanha] no genocídio armênio”. Gauck assume, assim, o risco de ofender a Turquia, um importante aliado que Berlim tentou poupar sobre este assunto. A Alemanha é o lar da maior comunidade turca no exterior, estimada em cerca de três milhões de pessoas.
No Brasil, descendentes e familiares de vítimas reuniram-se na Igreja Apostólica Armênia São Jorge, em São Paulo (SP), para um ato solene e oração para canonização dos mortos. O País não reconhece os eventos como um genocídio.