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Geral Mutações no coronavírus: veja respostas para dúvidas sobre impacto na vacina, segunda onda e reinfecção

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Nova variação do vírus se espalha mais facilmente, segundo especialistas. (Foto: Virtual Science)

A Dinamarca anunciou que a mutação no novo coronavírus achada em visons no país foi “possivelmente erradicada”. No início do mês, o país havia comunicado que a variante do vírus encontrada nos animais tinha infectado seres humanos.

Mas o que isso significa? As mutações tornam o vírus mais perigoso ou mais resistente às vacinas que estão sendo desenvolvidas contra ele?

Abaixo, tire dúvidas sobre essas e outras perguntas sobre mutações:

1) O que é uma mutação? Como ela ocorre? Por quê?

Uma mutação é uma mudança que pode ocorrer em qualquer código genético, inclusive no do novo coronavírus. Ela ocorre de forma acidental e aleatória, quando o vírus erra ao replicar (reproduzir) o seu próprio genoma.

Como acontecem ao acaso, essas mudanças não são, necessariamente, vantajosas para o vírus (o que se chama de “vantagem adaptativa”). Ou seja: nem tudo o que muda no material genético dele vai beneficiá-lo. Na verdade, pode até prejudicar a sua replicação.

Um desses prejuízos pode ter ocorrido, por exemplo, com o Sars-CoV-1, da epidemia da década de 2000. Uma mutação analisada por cientistas da Alemanha em um estudo de 2018, publicado na revista científica “Nature”, mostrou ter diminuído a velocidade de replicação do vírus. Em outras palavras, a “versão” modificada se reproduzia mais devagar do que a original.

2) O Sars-CoV-2 muta frequentemente?

Não. O novo coronavírus muda de forma lenta: o genoma do Sars-CoV-2 costuma sofrer duas mudanças de uma letra cada por mês. (O código genético é “escrito” com quatro letras, que mudam dependendo do tipo de código – DNA ou RNA).

Essa taxa é cerca de metade da dos vírus da família Influenza e um quarto da do vírus HIV, explicou a epidemiologista molecular Emma Hodcroft, na Universidade de Basel, na Suíça, em uma entrevista à revista “Nature”.

No caso do vírus HIV, por exemplo, a alta taxa de mutações que ele sofre é um dos motivos para uma vacina não ter sido criada até hoje. Para o novo coronavírus, o problema é que não sabemos quanto tempo dura a imunidade a ele.

3) As mutações aumentam as chances de reinfecção?

Depende da mutação. Mas a ciência ainda não sabe exatamente quais delas podem ajudar na reinfecção.

O virologista Eduardo Flores, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, explica que esse cenário ainda é “muito teórico”.

O primeiro caso de reinfecção confirmado no mundo, publicado em revista científica, foi o de um paciente de Hong Kong. Cientistas sequenciaram o código genético das duas “versões” do vírus, viram que eram diferentes e puderam, assim, concluir que ele tinha sido infectado duas vezes.

“Essa detecção de mutações nos vírus que reinfectaram não quer dizer, necessariamente, que é por causa dessas mutações que ele foi capaz de reinfectar”, explica Flores.

4) As mutações tornam o vírus mais perigoso?

Não necessariamente. Como ocorrem ao acaso, as mutações não necessariamente trabalham “a favor” do vírus. E, no caso do Sars-CoV-2, não há nenhum indício, até agora, de que as mutações pelas quais ele passou o tenham tornado mais perigoso no sentido de causar uma doença pior.

No caso da variante D614G, por exemplo, os pesquisadores não viram sintomas respiratórios piores nos hamsters e camundongos infectados com ela em relação ao vírus “original”.

Ainda não há nenhuma variante do Sars-CoV-2 conhecida pela ciência que esteja causando sintomas piores do que outras nas pessoas.

5) As mutações fazem o vírus resistir às vacinas?

De novo, não necessariamente. No caso da D614G, por exemplo, os cientistas apontaram que ela foi neutralizada de forma similar por anticorpos quando comparada ao vírus original.

“Esses dados também sugerem que as abordagens atuais de vacinas direcionadas contra (…) o vírus selvagem [original] devem ser eficazes contra as cepas D614G”, dizem os pesquisadores no estudo.

Uma vacina tem como objetivo induzir o corpo a produzir anticorpos contra o invasor. No caso dos vírus, para cumprir essa missão, o imunizante pode ter o vírus inteiro (mas inativado ou atenuado), pedaços ou proteínas dele ou informações genéticas.

Com isso, o corpo consegue montar uma defesa, e, se entrar em contato com o vírus “de verdade”, pode se defender contra ele.

6) A segunda onda na Europa está sendo causada por uma mutação?

No fim de outubro, cientistas de vários institutos e universidades na Suíça e na Espanha afirmaram ter identificado uma nova variante do novo coronavírus na Europa – mas não souberam dizer se o aumento de casos no continente estava relacionado a isso.

Na quarta-feira (18), o vice-diretor da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Jarbas Barbosa, afirmou que não é verdade que a segunda onda de casos na Europa esteja relacionada a uma mutação no coronavírus.

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