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Geral Narcotráfico e rota das drogas impulsionam violência até nos países mais seguros da América Latina

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Toneladas de drogas que saíram de Guayaquil são apreendidas no Panamá; destino final da droga era a Espanha. (Foto: Serviço Aeronaval do Panamá)

O Estado de Colima, famoso por belas praias na costa do Pacífico, já se orgulhou de ter o maior porto do México. Até que o crime organizado viu ali uma oportunidade: a rota para o tráfico do fentanil, o opiáceo sintético fatal que inunda os Estados Unidos. A violência disparou com a disputa de gangues pelo controle da zona portuária e a capital de mesmo nome hoje amarga o título de cidade mais violenta do mundo.

A briga ali é entre os cartéis de Sinaloa e Jalisco Nueva Generación (CJNG) pelo porto de Manzanilo, por onde chegam os insumos para fabricação de drogas sintéticas vindos da Ásia (frequentemente da China). E, com o reflexo dessa disputa, um dos menores Estados do México se tornou um dos mais violentos.

Há dois anos, a capital Colima aparece no topo do ranking de cidades mais violentas do mundo feito pela ONG Mexicana Conselho Cidadão para Segurança Pública e Justiça Criminal. Segundo o levantamento, foram 140 homicídios por 100 mil habitantes em 2023. O número representa uma melhora em relação ao ano anterior e, ainda assim, é mais de 20 vezes maior que a média global, de 6 homicídios a cada 100 mil habitantes.

Cidades do México ocupam o topo do ranking há quase uma década, mas histórias como a de Colima se repetem até mesmo em países antes considerados seguros. Foi o que aconteceu no Equador, onde a violência saiu de controle no começo do ano. Gangues tocaram o terror nas ruas de diferentes cidades e homens armados invadiram o estúdio de uma TV para dar um recado ao vivo: “não se brinca com a máfia”, disseram. Uma semana depois, o promotor que investigava o caso foi assassinado à luz do dia.

A América Latina tem apenas 8% da população mundial, mas concentra 29% das mortes violentas intencionais, mostrou o levantamento mais recente do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc), de 2023. Mesmo Argentina e Chile, que mantêm taxas nacionais de homicídios bem abaixo da média regional, têm focos de violência ligadas às gangues e rotas do narcotráfico.

“Não há nenhum país que se possa dizer que está isento do aumento dos mercados ilegais na região”, afirma a pesquisador Lucía Dammert, uma das autoras do estudo “Por que há tanta violência homicida na América Latina? Caracterizando o fenômeno e expandido seu marco de interpretação”, publicado este ano.

Mais de 117 mil pessoas foram assassinadas na América Latina e Caribe em 2023, segundo levantamento feito pelo Insightcrime, que investiga o crime organizado na região. O número já supera o estimado de mortos na Ucrânia, que está em guerra há dois anos, e tende a ser ainda maior porque esses dados mais recentes ainda não estão disponíveis em vários países.

“Os homicídios estão vinculados à cobranças de dívidas, acertos de contas, situação que é muito dos mercados ilegais, estão ligados às organizações criminosas mais regionais”, afirma Lucía Dammert, destacando que não há uma organização central que controle o crime na região. “Pelo contrário, parece haver uma rede flexível de conexões entre gangues em várias cidades”, explica.

Com os três maiores produtores de cocaína do mundo – Bolívia, Colômbia e Peru – na região, a América Latina tem um emaranhado de rotas que levam toneladas de drogas para os mercados ilegais dos Estados Unidos e Europa, principalmente.

E esses fluxos são cada vez mais dinâmicos. “As organizações criminosas estão constantemente buscando quais são os lugares onde há menor presença policial, mais espaço para corrupção, mais fraqueza do Estado, alguma crise que possam aproveitar”, afirma Lucía Dammert.

– Crime acende alerta no Chile, um dos países mais seguros da região: Esta semana, o Ministério Público do Chile concluiu que o Trem de Aragua está por trás do assassinato do dissidente venezuelano Ronald Ojeda. O ex-militar crítico ao regime Nicolás Maduro foi sequestrado da casa onde vivia, em Santiago. Dias depois, o corpo foi encontrado dentro de uma mala.

A capital chilena tem uma taxa de 10 homicídios a cada 100 mil habitantes, o dobro da média nacional (4,7/100 mil, bem abaixo da média na América Latina). Mas foi no Norte do país que a violência acende o alerta. Situada na fronteira com Bolívia e Peru, a região de Arica y Parinacota, é considera uma rota estratégica para maconha e cocaína e se viu invadida nos últimos anos por facções de outros países, como o Trem de Aragua.

Palco da disputa pelo controle de rotas, a região registrou, em 2022, a maior taxa de homicídios do país: 17 por 100 mil habitantes. Diante da crise, autoridades reforçaram a segurança e celebraram uma redução de homicídios no ano seguinte, mas faltam dados consolidados de 2023 para estabelecer uma comparação mais precisa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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