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Geral Navio liberiano que saiu da Venezuela e desligou localizador está na rota das embarcações “fantasmas” suspeitas de derramar óleo no Nordeste

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Tonel de petróleo encontrado nas areias de Barra dos Coqueiros, em Sergipe. (Foto: Adema/Divulgação)

Um levantamento obtido pelo portal de notícias G1 aponta que um navio petroleiro da Libéria operado por uma empresa grega saiu da Venezuela em agosto, desligou seu sistema de rastreamento e passou oculto dos radares na costa brasileira. Operando como um “navio-fantasma”, ele navegou por águas internacionais no mesmo período em que o óleo que atinge o Nordeste teria sido derramado no mar.

O rastreamento que flagrou o liberiano e outros “fantasmas”, também chamados de “dark ships”, foi feito por uma empresa de inteligência de dados internacional a pedido do G1. Não se sabe se esta embarcação está na mira do governo brasileiro. A Marinha do Brasil não dá detalhes sobre sua investigação.

Mas considera a possibilidade do envolvimento de um navio irregular entre as principais hipóteses para a origem do óleo que polui o Nordeste. A suspeita é que possa ter ocorrido algum acidente na transferência da carga em alto mar.

Conforme testes realizados pela Petrobras, o material encontrado nas praias brasileiras é uma mistura de óleos venezuelanos. A Marinha concentra suas investigações em uma área a cerca de 700 km da costa.

Na quarta-feira (30), o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou à imprensa que o governo “está perto” de identificar os responsáveis pelas manchas de óleo. A declaração foi dada depois de uma reunião com o comandante da Marinha, almirante Ilques Barbosa. Mourão sinalizou que eventuais resultados dessa investigação seriam anunciados pelo presidente Jair Bolsonaro.

No entanto, segundo a Agência Brasil, Bolsonaro disse nesta quinta-feira (31) que ainda não é possível afirmar qual a origem do vazamento de óleo que atinge o litoral do Nordeste. “Nós não sabemos ainda da onde veio esse óleo. O entendimento é de que é um derramamento criminoso, desde o dia 2 de setembro. Os órgãos do governo estão investigando e ajudando na limpeza da praia juntamente com o pessoal da região”, afirmou.

Desde maio, ao menos 14 petroleiros deixaram Puerto José, na Venezuela, e desligaram o seu sistema de monitoramento por no mínimo duas semanas, de acordo com análise da empresa de inteligência de dados Kpler, que “promove soluções de transparência no mercado de commodities”.

A embarcação liberiana citada no levantamento obtido pelo G1 ficou um mês fora dos radares desde que começou a navegar em 8 de agosto. O período coincide com as datas-alvo das investigações conduzidas pela Marinha e Polícia Federal. As manchas começaram a aparecer no fim daquele mês, na Paraíba.

A navegação fora dos radares é uma prática ilegal, mas não é incomum e mostra como agem os operadores do mercado pirata. Em nossa vizinhança, muitas vezes a estratégia é adotada por empresas interessadas em driblar sanções comerciais impostas à Venezuela.

O navio liberiano cujas datas de navegação coincidem com a investigação da Marinha carregou o equivalente a pouco mais de 1 milhão de barris de petróleo, o que daria quase 159 milhões de litros, um volume que lotaria 3,2 mil caminhões-tanque.

Depois de pegar a carga e retomar sua rota, esse navio-fantasma liberiano ficou oculto dos sistemas por mais de um mês. Reapareceu perto da Malásia. Os analistas da Kpler avaliam que ele passou, muito provavelmente, pelas águas internacionais ao longo da costa brasileira, indo depois pelo Cabo da Boa Esperança até a Ásia. A alternativa a essa rota seria o canal do Panamá, mas a tarifação e a fiscalização ali são bem mais rígidas.

A Marinha diz ter notificado 30 navios de 10 nacionalidades que teriam passado pela costa brasileira entre 25 de agosto e 3 de setembro por suspeita de envolvimento no derramamento.

Procurados pelo G1, os responsáveis pela investigação não informaram se o navio-tanque com bandeira da Libéria está entre eles. A empresa grega responsável pelo navio não retornou os pedidos de esclarecimentos feitos pela reportagem.

 

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