Sábado, 05 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 2 de março de 2022
A eficácia da vacina contra covid da Pfizer para crianças diminuiu rapidamente desde a chegada da variante ômicron. De acordo com novos dados do Departamento de Saúde de Nova York (EUA), a redução não impediu que o imunizante mantivesse a proteção contra manifestações graves da doença.
Um mês após a aplicação das duas doses, a eficácia da Pfizer contra a infecção causada pela cepa caiu de 68% para apenas 12% nas crianças aptas à vacinação, que são as de 5 a 11 anos.
A eficácia contra a hospitalização nessa faixa etária foi maior, mas também caiu substancialmente, passando de 100% no início de dezembro para 48% no final de janeiro.
“Os dados não são surpreendentes, pois a vacina foi desenvolvida em resposta a uma variante anterior da covid e a eficácia reduzida de duas doses contra a Ômicron foi observada, até certo ponto, em todos os imunizantes e idades”, frisou a comissária de Saúde do Estado de Nova York, Mary Bassett, em um comunicado publicado on-line.
“É fundamental enfatizar que a vacinação ainda é recomendada para todos os indivíduos com 5 anos ou mais. Incentive os pais e responsáveis a consultar seu pediatra sobre a vacinação de seus filhos, bem como o reforço, se for elegível, o mais rápido possível”.
Crianças de 5 a 11 anos recebem uma dose da vacina da Pfizer que é de 10 microgramas, um terço da dose administrada aos adolescentes (12 a 17 anos), adultos e idosos.
O estudo também revelou que, embora a eficácia da vacina também tenha caído para adolescentes, a redução ocorreu mais lentamente do que para alunos do ensino fundamental. Para qualquer manifestação causada pela covid, a eficácia diminuiu de 66% no início de dezembro para 51% no final de janeiro para adolescentes. Para hospitalizações, a eficácia da vacina caiu de 85% para 73% no mesmo período.
Os dados foram publicados nesta semana como um estudo “preprint” no servidor medRxiv. Os “preprints” são artigos que não foram revisados por especialistas externos ou aceitos para publicação em uma revista médica.
Os autores concluíram que, se outros estudos repetirem esses achados, a dose da vacina para crianças mais novas pode precisar ser revisada. Os autores também afirmaram que os dados podem demonstrar a necessidade de continuar “proteções em camadas, incluindo o uso de máscaras, para prevenir infecção e transmissão” em crianças.
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos está coletando seus próprios dados sobre a eficácia da vacina na população com idade abaixo de 12 anos. Os resultado devem ser divulgados em breve.
“As vacinas da Pfizer e da Moderna continuam a oferecer altos níveis de proteção contra doença grave, hospitalização e mortes em todas as faixas etárias, apesar da diminuição da eficácia apenas contra a infecção durante a onda da ômicron”, afirmou a agência em comunicado, acrescentando que:
“O CDC continua monitorando e avaliando os dados sobre a eficácia do imunizante à medida que se tornam disponíveis, mas esses fármacos funcionam bem e são a melhor ferramenta que temos para evitar desfechos graves”.