Domingo, 04 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 28 de julho de 2017
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
O presidente Michel Temer assinou ontem a criação do regime de recuperação fiscal, também conhecido como lei de falência dos estados. Permitirá que o governo federal socorra os que andam em situação de calamidade financeira como Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais.
Quem poderia imaginar que nosso Estado chegaria à situação vexatória?
PRECISA ENGRENAR
No final de julho do ano passado, o secretário da Fazenda, Giovani Feltes, durante entrevista coletiva, fez alguns anúncios:
Primeiro: mesmo diante da crise, não existia a menor possibilidade de pedir autorização para novo aumento do ICMS.
Cumpriu.
Segundo: aguardava que sindicatos de servidores públicos, cumprindo promessa feita, indicassem os setores que deveriam ter benefícios fiscais suspensos.
Persistiu o silêncio.
Terceiro: a previsão era concluir o pagamento integral dos salários de junho na segunda quinzena de agosto.
A bola de neve só aumentaria.
Quarto: fornecedores de produtos e prestadores de serviço ficariam no final da fila para receber.
Passou a ser uma temeridade negociar com o Estado.
Quinto: medidas amargas seriam tomadas.
Até agora, o governo não conseguiu votar todo o pacote de projetos do ano passado.
NÃO SUPORTOU
A crise financeira atinge a maioria dos estados, mas nada se aproxima do que ocorreu há 20 anos em Alagoas. Em 1997, o governador Divaldo Suruagy abandonou o cargo. Por conta de favor concedido por Fernando Collor de Mello em 1988, os usineiros deixaram de pagar o ICMS, fazendo cair em 50% a arrecadação do Estado. Foram beneficiados, entre outros, o pai e o tio de Tereza Collor além de vários parlamentares que entraram na carona. Gente que mantém monopólio do setor há 450 anos. O governo só poderia quebrar.
PROBLEMA MECÂNICO
Depois de avanços e recuos no imposto do etanol, conclui-se que a área jurídica do governo está com problemas de ignição e alimentação do motor. Talvez precise trocar a bobina e os cabos de vela.
NÃO PARA DE AUMENTAR
O estoque da Dívida Pública Federal aumentou 104 bilhões de reais em junho. Foi de 3 trilhões e 253 bilhões de reais para 3 trilhões e 357 bilhões de reais. Não é preciso mais do que um segundo para descobrir quem paga a conta.
INADMISSÍVEL
A decisão do governo de cortar o orçamento da Polícia Federal significa reabrir a porta para ação de figurinhas carimbadas.
PARA FREAR A VIOLÊNCIA
Antes tarde do que nunca. O governo federal resolveu intervir no Rio de Janeiro, que mergulhou numa espécie de guerra civil. Roubos, sequestros, arrastões, tiroteios, balas perdidas e policiais assassinados fazem parte do cotidiano da ex-Cidade Maravilhosa.
É SEMPRE ASSIM
Três meses após a vitória com larga margem, o presidente francês Emmanuel Macron cai nas pesquisas. Bastou pegar na tesoura e as corporações se rebelaram. Vai piorar quando fizer cortes no orçamento, porque a arrecadação ficou abaixo da previsão.
PELA MUDANÇA
O experiente vereador Airto Ferronato é candidato da oposição e busca hoje se eleger presidente do diretório do PSB em Porto Alegre.
REAGIU À INTERFERÊNCIA
A 29 de julho de 1967, o governo iniciou ofensiva para reunir forças políticas capazes de permitir uma resistência bem sucedida às pressões do FMI (Fundo Monetário Internacional), que estava se contrapondo aos planos de desenvolvimento usando capital nacional. O presidente Costa e Silva planejou encontro para obter apoio da oposição.
PARA COMPARAR
De Primeiro Mundo, no Brasil, existe a carga tributária alta. A contrapartida fica esperando na fila.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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