Sexta-feira, 02 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 21 de abril de 2016
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
A presidente Dilma Rousseff está com a arma apontada para dar um tiro no pé. A decisão de denunciar a líderes mundiais na ONU que está sofrendo um golpe parlamentar pretende intimidar o Senado. Porém, atinge diretamente o Supremo Tribunal Federal. Os ministros assumiram as dores, porque são os responsáveis pela correta aplicação da Constituição. Até agora não fizeram reparos ao processo de impeachment.
A seu modo, Dilma segue a linha do mestre. Em fevereiro de 2014, Lula criticou o Supremo logo após a prisão de condenados pelo mensalão, ampliando áreas de atrito.
PALCO INADEQUADO
Como em circunstâncias muito mais graves, a ONU não influirá em nada. Exemplo é a Síria, entre outras regiões em conflito, onde há milhares de vítimas. A presidente conseguirá, no máximo, o apoio de líderes de países de esquerda, que tentarão caracterizar o Brasil como uma republiqueta. São os mesmos que não gostam de olhar para o próprio umbigo.
DIFERENÇA
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, venderá 79 imóveis sem utilização e passíveis de invasões. A avaliação é de 1 bilhão e 430 milhões de reais, remédio temporário para compensar a queda na arrecadação. O governador José Sartori não tem a mesma ousadia.
RECEITA
O jornal The New York Times muitas vezes tem a pretensão de assumir o papel de juízo final sobre o que acontece no Brasil e costuma errar. O editorial de terça-feira foi uma exceção: “A presidente Dilma precisa arrumar a economia e barrar o avanço da corrupção, que virou prática comum em Brasília, duas coisas que ela não foi capaz de mostrar até agora.”
SERÁ MODERNIZADO
O Salgado Filho entrou na lista de aeroportos com autorização do Tribunal de Contas da União para concessão à iniciativa privada. Fica sem resposta a pergunta: por que coube ao setor público por tanto tempo administrar aeroportos, enquanto o cumprimento de seus deveres constitucionais ficou quase sempre pela metade?
SONHO DESFEITO
A 21 de abril de 2006, no Rio de Janeiro, o presidente Lula imitou Getúlio Vargas e sujou as mãos de óleo, festejando a auto-suficiência do Brasil na produção de petróleo. O gesto de Vargas tinha ocorrido em 1952, um ano antes da criação da Petrobras. Em discurso, Lula citou Tiradentes e disse que o anúncio era “outra independência”, dividindo a história em “antes e depois”.
Não se imaginava que os bastidores da estatal se tornariam cenário de propinas e corrupção.
RÁPIDAS
* Faltam seis dias para o Supremo Tribunal Federal decidir sobre a forma de juros que os estados devem pagar à União: a do exagero, como hoje, ou do alívio.
* O outro lado: empresários foram reclamar ao presidente Mauricio Macri. Temem que a crise no Brasil provoque a invasão de produtos na Argentina.
* O jornal cubano Granma dá amplo espaço à defesa da presidente Dilma.
* Deu no jornal: “Congresso analisa ampliar para 96 bilhões de reais o déficit do governo federal este ano.” Isso é um golpe.
* Outra: “Armínio Fraga diz que Tesouro Nacional está quebrado e recusa o Ministério da Fazenda.” Capítulo da Operação Sai Debaixo.
* Começaram cursinhos para candidatos de primeira viagem às câmaras municipais. Alguns revelam tendência de falar mais do que fogão de seis bocas.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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