Terça-feira, 23 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 25 de setembro de 2020
A corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) vai analisar a conduta do ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), o desembargador aposentado Ivan Sartori. Ele despediu-se da carreira em 2019 e vai concorrer à prefeitura de Santos (SP) nas eleições deste ano pelo PSD.
Uma reclamação disciplinar contra Sartori foi protocolada no dia 9 deste mês. Há registro de ao menos três casos onde ele estaria atuando como advogado.
Em jogo, o fato de que o magistrado não poderia advogar por pelo menos três anos no mesmo tribunal onde atuava, conforme o período de quarentena estipulado pela Constituição Federal.
Sartori chegou a ser cotado para substituir Sérgio Moro no Ministério da Justiça e é sondado para uma vaga no STF. Relator do caso do Massacre do Carandiru, votou pela absolvição dos 74 policiais militares invocando a tese de legítima defesa.
Apoio de Bolsonaro
Sartori recebeu apoio de Jair Bolsonaro para ser candidato do presidente em Santos. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do ex-presidente do TJSP no biênio 2012/13.
Sartori se encontrou com o Presidente da República durante o começo da tarde de terça-feira (22). De acordo com informações da equipe de comunicação do pré-candidato, Bolsonaro desmarcou alguns eventos de sua agenda para recebê-lo. Durante a reunião, ambos conversaram sobre o futuro do Porto de Santos e na quarta (23) o desembargador também se reuniu com o ministro da infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.
De aspecto ideológico similar, Sartori deverá ser um dos poucos pré-candidatos na Baixada Santista a ter apoio em caráter oficial do presidente e também já foi homenageado por Jair Bolsonaro no passado.
Em campanha nas suas redes sociais, Sartori, que é defensor convicto do presidente, repete o criticado discurso de Bolsonaro sobre o coronavírus e diz que o País não pode parar. “Não podemos parar o País. Vai haver muita quebradeira”, disse sobre as medidas restritivas de fechamento do comércio. O discurso vai na contramão das orientações das principais autoridades em saúde no mundo.
Em março, Sartori foi abordado por guardas municipais na praia em Santos enquanto caminhava no local. Ele desobedeceu lei municipal que proibia o acesso à praia em virtude da pandemia do novo coronavírus.