Sábado, 17 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 11 de junho de 2018
Uma nova vaga de emprego anunciada pelo Facebook, intitulada de “especialista em credibilidade de notícias”, deixa bastante a entender que a companhia está contratando pessoas para monitorar e filtrar as notícias que são verdadeiras e as que são falsas na rede social.
O anúncio de emprego foi feito pela empresa no domingo. Com isso, o Facebook espera uma pessoa para trabalhar com publicações em Inglês e outra para o Espanhol. Posteriormente, a função teve o nome alterado para “especialista em edição de notícia”, embora o hiperlink da publicação permaneça com o título original de “especialista em credibilidade de notícias”.
Os anúncios de emprego alegavam estar atrás de pessoas com paixão por jornalismo, e que acreditam que o Facebook pode tornar o mundo mais conectado. O The Guardian, por sinal, relata que os candidatos foram informados de que seriam encarregados de “desenvolver uma profunda especialização no programa de credibilidade de notícias” da rede social, ficando encarregados de conduzir investigações contra as políticas pré-definidas.
Este parece ser o próximo passo do Facebook após demitir sua equipe editorial e tentar se manter neutro quando o assunto é filtrar notícias. Além disso, a companhia também fez parcerias com empresas e organizações terceiras para verificar fatos e sinalizar notícias falsas.
Política de anúncios
O Facebook está enfrentando mais críticas por sua decisão de categorizar a divulgação de notícias como conteúdo político. Empresas de comunicação agora estão instando Mark Zuckerberg a mudar essa regra. Sete grupos representando companhias de imprensa e transmissão de notícias em mais de 120 países – entre elas “New York Times”, BBC.com e 21st Century Fox – enviaram uma carta para Zuckerberg ontem.
As empresas criticam a decisão da rede social de colocar os artigos delas em uma base de dados pública ao lado de anúncios de candidatos políticos. “Vemos sua política como outro passo em direção ao aprofundamento de uma narrativa falsa e perigosa que borra as linhas entre a produção real de notícias da mídia profissional e propaganda”, diz a carta. “Divulgar nossos produtos, ou assinaturas de nossos produtos, não está separado de nosso jornalismo ou de liberdade de imprensa”.
Lista limpa
Sob as novas regras, qualquer anúncio promovendo conteúdo político – mesmo notícias sobre política e eleições – será colocado em um arquivo que inclui as identidades de quem está pagando pela publicidade e dados demográficos de quem viu os anúncios, por até sete anos. Este arquivo começou nos EUA, mas a rede social disse que planeja expandir a abordagem para o resto do mundo.
“O Facebook deve reconhecer o valor do jornalismo criado por empresas de comunicação independentes e repeitar o papel crítico que o jornalismo tem em dar apoio a sociedades em todo o mundo”, afirmou em comunicado Michael Golden, presidente da World Association of Newspapers and News Publishers.
Após meses de críticas sobre o uso que russos fizeram do site para influenciar a eleição presidencial americana de 2016, o Facebook alertou as empresas sobre as novas regras em maio. A notícia da mudança gerou mais reclamações, fazendo com que a rede social anunciasse que trabalharia com as companhias de comunicação para criar uma política que distinguisse jornalismo das campanhas eleitorais.