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Rio Grande do Sul O governador gaúcho garantiu que o crime no supermercado será investigado de forma rigorosa

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Eduardo Leite (C) divulgou vídeo ao lado do comandante da BM (E) e da chefe da Polícia Civil (D). (Foto: Reprodução/YouTube)

Na manhã desta sexta-feira (20), horas após o assassinato de um consumidor por seguranças de uma filial do supermercado Carrefour na Zona Norte de Porto Alegre, o governador gaúcho Eduardo Leite manifestou solidariedade à família da vítima e garantiu que o crime será alvo de investigação rigorosa. Ele também confirmou para dezembro a inauguração de uma Delegacia especializada em casos de intolerância.

“Infelizmente, neste dia em que deveríamos estar celebrando políticas públicas, deparamos com cenas que deixam todos indignados pelo excesso de violência que levou à morte de um cidadão negro em um supermercado na capital gaúcha”, declarou em vídeo nas redes sociais, ao lado da chefe de Polícia, delegada Nadine Anflor, do comandante-geral da BM (Brigada Militar), coronel Rodrigo Mohr.

“Todas as circunstâncias em que este crime aconteceu estão sendo apuradas para que sejam punidos os responsáveis”, prosseguiu. “Os inquéritos policiais estão sendo levados adiante com muito rigor.”

Segundo a chefe de Polícia, os dois seguranças diretamente envolvidos no incidente foram presos em flagrante e autuados por homicídio triplamente qualificado (motivo fútil, asfixia e recurso que dificultou a defesa) de João Alberto Silveira Freitas, um homem negro de 40 anos. Ele morreu após ser espancado e imobilizado pelo pescoço, na noite de quinta-feira (19), em frente ao estabelecimento na avenida Plínio Brasil Milano, bairro Passo D’Areia. Outras duas pessoas também serão alvo do inquérito.

Ela também mencionou a nova unidade policial mencionada pelo governador: “A Polícia Civil hoje dá uma resposta a essa intolerância que aconteceu ontem dentro de um mercado.

No dia 10 de dezembro, vamos inaugurar a primeira Delegacia de Intolerância, que é um lugar apropriado e específico para que as pessoas possam buscar informações, não apenas efetuar denúncias, para que possamos mudar essa triste realidade das intolerâncias e do racismo que acabam gerando consequências na sociedade, como este caso.”

Envolvimento de PM temporáro

Dentre os suspeitos pelo assassinato está um policial militar temporário, que estava fora do horário de serviço policial. O comandante-geral da BM, coronel Rodrigo Mohr, detalhou que a legislação restringe esse tipo de atividade à execução de serviços internos como atividades administrativas e de videomonitoramento.

“Ele não está no vínculo com o Estado e deve responder a um processo administrativo-disciplinar demissionário, a fim de ser retirado da corporação e responder civilmente pelo crime”, declarou.

Sobre esse aspecto, o governador reiterou que todos os agentes de segurança pública no Rio Grande do Sul recebem treinamento adequado para atuar nas ruas e garantir a segurança da população. Eduardo Leite lamentou, no entanto, o envolvimento de um policial “nessas cenas que nos deixam indignados”, mesmo que apto a cumprir apenas tarefas administrativas.

Além das equipes de investigação da Polícia Civil, o governo também determinou o acompanhamento do caso pela SJCDH (Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos), por meio de sua Coordenadoria da Igualdade Étnica e Racial e do recém-criado Grupo de Trabalho de Combate à Violência contra a População Negra, juntamente com organizações da sociedade.

“A nossa solidariedade aos familiares e amigos da vítima, o João, e a certeza que damos a eles e a todo o povo gaúcho de que a apuração será absolutamente rigorosa para que haja consequências deste ato lamentável”, concluiu o chefe do Executivo.

Em quarentena desde a quinta-feira, devido a teste positivo de coronavírus, o vice-governador e secretário da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior, está coordenando os esforços para elucidação completa do caso. “Vamos apurar esse fato à exaustão”, prometeu em postagem no Twitter. “As imagens são horripilantes. Não podemos admitir ações dessa natureza.”

(Marcello Campos)

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A Polícia Civil tem 10 dias para concluir o inquérito do assassinato no supermercado
Os dois seguranças responsáveis pela morte de um homem negro estão presos e serão indiciados por homicídio triplamente qualificado, por motivo fútil e por não darem chance de defesa à vítima
https://www.osul.com.br/o-governador-gaucho-garantiu-que-o-crime-do-supermercado-sera-investigado-de-forma-rigorosa/ O governador gaúcho garantiu que o crime no supermercado será investigado de forma rigorosa 2020-11-20
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