O premiê julga necessário acelerar os projetos propostos para redinamizar o setor hospitalar francês e promete apoiar os estabelecimentos na busca de soluções contra sua enorme dívida. Em 2019, o governo havia anunciado um primeiro “plano” que previa a exoneração de um terço da dívida dos hospitais públicos, isto é, um alívio de € 10 bilhões, além de investimentos de € 150 milhões por ano.
“Temos que ir além desta promessa”, estimou Édouard Philippe ao abrir o debate chamado de “Ségur da Saúde”, em uma alusão ao endereço do ministério da Saúde (avenida Ségur em Paris). “Lançaremos um vasto plano de ajuda ao investimento que completará a exoneração da dívida”, garantiu o chefe do governo.
O primeiro-ministro não revelou o montante do pacote, mas detalhou que uma parte dele deve ser dedicada a projetos locais, para “acelerar a cooperação entre as cidades, os hospitais e os serviços médicos e sociais, assim como a colaboração entre o público e o privado”. Ele salientou que o objetivo não é a construção de novos estabelecimentos, mas orientar e acabar com o endividamento que atinge € 30 bilhões.
Iniciativa de Macron
A conferência sobre a saúde foi uma iniciativa do presidente Emmanuel Macron. A pandemia do coronavírus revelou hospitais públicos franceses, que já foram considerados os melhores do mundo, em péssimo estado. Além da falta de material de proteção, como máscaras e blusas, e de medicamentos, a crise evidenciou a diminuição de leitos, principalmente em UTIs, e a pauperização dos profissionais de saúde. Os salários das enfermeiras francesas são os mais baixos entre os países europeus da OCDE.
Em 25 de março, Macron havia prometido durante uma visita a um hospital de Mulhouse, uma das regiões francesas mais atingidas pela epidemia, um “importante plano de investimentos” para o setor após a crise do coronavírus. Segundo o ministro da Saúde, Olivier Véran, o projeto visa tanto os hospitais quanto as casas de repouso (Ehpad). Olivier Véran havia antecipado um plano de ajuda de € 13 bilhões.