Armando Burd O manipulador perde um round
Por Redação O Sul | 8 de julho de 2016
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Eduardo Cunha resistiu por 409 dias, desde o pedido da Procuradoria Geral da República ao Supremo Tribunal Federal, a 3 de março do ano passado, para que fosse aberto inquérito sobre desvios e depósitos no exterior.
Seria uma manobra a mais de um parlamentar-raposa, não estivesse o País mergulhado em crise envolvendo a Presidência da República. Com a renúncia ao comando da Câmara dos Deputados, Cunha entrega parcialmente os pontos. Sustentado por uma rede de aliados dispostos a tumultuar, vai disparar os últimos cartuchos, mas não escapará.
EXAGERO
A Presidência da República entregue a um interino já é um excepcionalidade. O comando na Câmara dos Deputados nas mãos de outro interino passou da conta.
MAIORIA
Cunha (PMDB) chegou à presidência da Câmara dos Deputados a 1º de fevereiro de 2015 com 267 votos, liquidando a eleição no 1º turno. Derrotou Arlindo Chinaglia (PT), que obteve 136 votos; Júlio Delgado (PSB), 100 votos e Chico Alencar, do PSol, 8 votos.
A partir daí, deitou e rolou.
PRECISAM EXPLICAR
Dez deputados federais gaúchos, que votaram contra o regime de urgência para aprovar a renegociação da dívida dos Estados com a União, serão convidados a justificar a atitude na Assembleia Legislativa. O deputado Frederico Antunes fez o pedido ontem, durante a sessão plenária, aceito pela mesa diretora. Falta marcar o dia.
NÃO ADIANTOU
A 8 de julho de 1996, o governo federal decidiu que a Caixa Econômica Federal socorreria os Estados, comprando suas dívidas junto a bancos privados. A medida visava atingir o ajuste fiscal e o saneamento financeiro.
Passados 20 anos, ficou longe da meta e os Estados na penúria.
VAI MUDAR
A leitura da Lei de Responsabilidade das Estatais expõe com clareza as dificuldades que os pretendentes a cargos de direção passarão a ter. Se for aplicada com rigor, a era do cartãozinho de recomendação ou relação de parentesco para assumir chegará ao fim.
É ASSIM
Em breve, começará a recuperação em escolas que tiveram aulas suspensas por 70 dias. O método é conhecido e denunciando pelos pais: os professores fazem de conta que transmitem todo o conteúdo e os alunos dançam a valsa conforme a música.
CHOQUE INEXISTENTE
O diplomata Roberto Campos costumava dizer: “O que certamente nunca houve no Brasil foi um choque liberal. O liberalismo econômico, assim como o capitalismo, não fracassou na América Latina. Apenas não deu o ar de sua graça”.
A história do neoliberalismo no País foi invenção da esquerda que nem esquerda hoje mais é.
RÁPIDAS
* Pelo currículo, o deputado federal Esperidião Amin, do PP de Santa Catarina, é o mais credenciado para presidir a Câmara.
* Os responsáveis pela sangria dos cofres públicos ajudaram a mergulhar o País na crise econômica, no desemprego e no colapso da saúde e da segurança.
*A deputada estadual Zilá Breitenbach, do PSDB, concorrerá à prefeita de Três Passos, cargo que exerceu por dois mandatos a partir de 1996.
* A propaganda eleitoral só será permitida após 16 de agosto. A antecipação resulta em multa de 10 mil reais.
* Deu pane no motor do mercado automotivo.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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