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Brasil O ministro da Fazenda disse que o governo enfrentará dificuldades para reverter a decisão do Supremo sobre o reajuste dos servidores e falou em medidas alternativas

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Segundo pessoas próximas a Meirelles, o trabalho pode lhe ajudar a 'tirar o ovo da boca'. (Foto: Valter Campanato/ABr)

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta terça-feira (19) que o governo federal enfrentará dificuldades para reverter a decisão liminar (provisória) do STF (Supremo Tribunal Federal) que suspendeu a medida provisória que havia adiado o pagamento da parcela de janeiro de 2018 do reajuste de servidores públicos federais.

A liminar foi concedida na segunda-feira (18) pelo ministro Ricardo Lewandowski, do STF. Na mesma decisão, o magistrado suspendeu o dispositivo da MP que elevava de 11% para 14% a contribuição previdenciária dos funcionários públicos – ativos e aposentados – que ganham acima de R$ 5,3 mil.

A assessoria do Palácio do Planalto informou que o governo vai recorrer da liminar de Lewandowski e o Ministério do Planejamento divulgou nota na qual afirma que a decisão é “passível de recurso, com possibilidade de reversão”.

Meirelles, entretanto, avalia que o cenário é complicado para o Executivo federal conseguir revogar a decisão de Lewandowski. O ministro disse que praticamente não há soluções jurídicas para reverter a decisão do magistrado do Supremo a tempo de evitar o pagamento da parcela do acordo salarial que vence em janeiro.

Ele ponderou que, para evitar o pagamento, Lewandowski teria que revogar a liminar nesta terça, na medida em que o STF entrará em recesso a partir desta quarta-feira (20) e voltará às atividades somente em fevereiro.

Além disso, se realmente o governo tiver que quitar a parcela de 2018 do acordo salarial, não será mais viável reverter esse pagamento, que será definitivamente incorporado aos vencimentos dos servidores.

“Se houver o aumento dos salários dos funcionários públicos [em janeiro de 2018], a Constituição veda o corte [posterior] de salários. Não pode voltar atrás [e baixar o salário do servidor]. Uma vez aumentado, está aumentado definitivamente. Estamos analisando o que pode ser feito do ponto de vista jurídico neste momento. As opções não são grandes, de fato”, admitiu o ministro.

O governo estima que, sem o adiamento do reajuste dos servidores de 2018 para 2019, a União deixará de economizar R$ 4,4 bilhões no ano que vem.

‘Plano B’

Ao comentar a decisão liminar de Lewandowski, Meirelles afirmou que não há um “plano B”. “O assunto ainda está em discussão nesta manhã com a Advocacia-Geral da União. Temos, por hábito, não tomar decisões emocionais ou antecipadas”, observou.

Segundo o ministro, para compensar a eventual perda de recursos por conta da decisão do STF sobre os servidores, o governo pode “controlar as despesas”, ou seja, fazer cortes de gastos no Orçamento de 2018.

Mudança de tributação

Além de correr o risco de deixar de economizar R$ 4,4 bilhões correspondentes à parcela de janeiro de 2018 do reajuste salarial, o governo também não poderá contar com R$ 6 bilhões da mudança da tributação de fundos de investimentos “exclusivos” (de investidores ricos).

O motivo é que a medida provisória que instituiu a alteração tributária não será votada pelo Congresso Nacional até o fim dos trabalhos legislativos deste ano.

O ministro da Fazenda explicou que, no caso dos fundos do investimentos, há um agravante para o governo, o chamado “princípio da anualidade”. Ou seja, se a proposta não for votada neste ano, não pode ser implementada em 2018.

Henrique Meirelles não afastou a possibilidade de o governo aumentar tributos para compensar a perda de arrecadação com a mudança da tributação dos fundos de investimentos exclusivos.

Reoneração da folha

O governo também não conseguiu aprovar antes do início do recesso a chamada reoneração da folha de pagamentos, que, nas contas da área econômica, poderia gerar uma economia de R$ 8,8 bilhões no ano que vem.

Como a legislação exige uma “noventena” para a implementação desta medida, o texto teria de ser aprovado ainda em 2017 para ter validade a partir de abril.

Neste caso, o adiamento da votação para o ano que vem, calculou o govenro, vai acarretar em uma perda de receita de, pelo menos, R$ 1,5 bilhão.

O adiamento do reajuste de servidores, a mudança na tributação dos fundos de investimentos e a reoneração da folha de pagamentos estavam previstas no Orçamento de 2018.

Com o fracasso desta previsão, o impacto de perda de recursos no Orçamento – ou de alta de gastos– é de, ao menos, R$ 12 bilhões em 2018, avalia o governo.

Medidas alternativas

Para compensar as perdas de receitas – estimadas em, pelo menos, R$ 12 bilhões –, o ministro da Fazenda anunciou que a equipe econômica tomará “medidas alternativas” para fechar as contas do próximo ano.

Isso porque o governo tem de cumprir a meta de um rombo fiscal de até R$ 159 bilhões em suas contas em 2018, já aprovada pelo Congresso Nacional.

“Não há duvida de que deverão ser pensadas medidas alternativas”, enfatizou o ministro da Fazenda aos jornalistas.

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