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Por Redação O Sul | 11 de junho de 2020
No Brasil, a economia encolheu 1,5%. no período.
Foto: ReproduçãoEm meio à pandemia de coronavírus, o Produto Interno Bruto (PIB) das economias do G20 teve queda recorde de 3,4% no 1º trimestre, na comparação com o trimestre imediatamente anterior, aponta divulgação desta quinta-feira (11) da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Trata-se da maior contração da série histórica da pesquisa, iniciada em 1998. Como comparação, o tombo nos três primeiros meses de 2020 representa mais que o dobra da queda de de 1,5% no 1º trimestre de 2009, no auge da crise financeira.
Entre os países do G20, as maiores quedas foram registradas na China (-9,8%), França (-5,3%) e Itália (-5,3%), onde foram adotadas medidas rigorosas de bloqueios para conter a propagação da Covid-19.
O PIB também caiu acentuadamente na Alemanha (- 2,2%), no Canadá (-2,1%) e no Reino Unido (- 2%).
Nos Estados Unidos, houve retração de -1,3%. Já no Brasil, o PIB caiu 1,5% no 1º trimestre.
Índia (0,7%) e Turquia (0,6%) foram as únicas duas economias do G20 que registraram crescimento da economia no período.
Riscos de segunda onda
Na véspera, a OCDE anunciou uma previsão de recessão mundial de 6% para 2020 caso a pandemia de coronavírus permaneça sob controle e de uma retração de 7,6% no ano em caso de segunda onda.
Segundo as novas estimativas da organização, o Brasil deve encolher 7,4% em 2020 e crescer 4,2% em 2021; mas, se houver uma segunda onda de surto, a contração pode chegar a 9,1% este ano, com crescimento de 2,4% no próximo.
Redução salarial e de jornada de trabalho
As empresas instaladas no Brasil são as mais favoráveis à redução salarial e de jornada de trabalho durante a pandemia, segundo levantamento desenvolvido pelo PageGroup, consultoria mundial em recrutamento executivo especializado, que opera com as marcas Page Executive, Michael Page, Page Personnel, Page Outsourcing e Page Interim.
O estudo aponta o Brasil como mais propenso à redução salarial, diminuição da jornada de trabalho e trabalho em meio período como medidas de enfrentamento à manutenção de empregos e combate ao novo coronavírus.
Participaram do levantamento, realizado em abril deste ano, 3 mil executivos em cargos de alta e média gestão no Brasil, Argentina, Chile, Peru, Colômbia e México.
Os executivos latino-americanos apontaram a redução de custos como medida prioritária para proteção do emprego durante a pandemia, com 52,7% dos entrevistados. Na sequência apareceram auxílio financeiro da empresa (26,2%), redução salarial (7,1%), diminuição da jornada de trabalho (4,2%), redução de benefícios e licenças não-remuneradas (3,8%, cada) e trabalho em meio período (2,1%).
O Brasil lidera as intenções de reduções salarial (11,8%), de jornada de trabalho (7,8%) e trabalho em meio período (5,9%), enquanto o Chile aparece com mais simpatizantes na região para reduções de custos (55,6%) e benefícios (3,8%). O auxílio financeiro da empresa é a medida com mais adeptos na Argentina (36,7%) enquanto o México desponta na dianteira para adoção de licenças não-remuneradas (3,8%).