Quarta-feira, 29 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 14 de agosto de 2017
“César Maia fica aí com muita humildade”, iniciou o filho, Rodrigo, presidente da Câmara e principal estrela do encontro partidário do DEM do Rio de Janeiro na última sexta-feira, ao sugerir o nome do pai para governador. “Mas quando explodiu a crise do presidente Michel Temer, quem controlou a vontade de alguns do Democratas de sair do governo e, consequentemente ajudou a decisão do PSDB de não sair do governo foi o César Maia”, completou, para uma plateia de deputados e vereadores do partido.
No canto da ampla sala da sede DEM, bem mais cheia que nos anos anteriores por causa do poder de atração que o partido passou a exercer após a eleição de um dos seus filiados à chefia do Poder Legislativo, o vereador de 72 anos, ex-prefeito do Rio e “padrinho” de dezenas de políticos do Estado, não mexia um músculo.
“A quilômetros de Brasília, César Maia participou ativamente desse momento, aconselhando, construindo cenários futuros e a importância de a gente entender também que cada coisa tem seu tempo para acontecer”, prosseguiu o filho.
Em seu discurso, Rodrigo indicou o tipo de conselho que recebeu em julho passado, logo após a revelação da informação de que o empresário Joesley Batista havia gravado o presidente Michel Temer em conversa comprometedora. “Cada um precisa ter, primeiro, a sua posição pessoal, de caráter e lealdade, clara e, mais do que isso, responsabilidade com o Brasil”, disse.
“Qualquer movimento nosso que fosse para assumir a Presidência do Brasil, inviabilizando qualquer votação da reforma, estaria atendendo à nossa vontade pessoal e partidária e levando o Brasil para uma situação muito ruim.”
Vereador
Pai do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o ex-prefeito do Rio e hoje vereador Cesar Maia defende a permanência do presidente Michel Temer no cargo. “O pior que poderia ter acontecido é o afastamento de Michel Temer”, afirma Maia, 72, ao comentar a rejeição do pedido de abertura de processo contra o presidente pelos deputados federais, no último dia 2 de agosto. “Graças a Deus não ocorreu. Espero que não ocorra”, acrescenta.
Em seu apartamento, com vista para a praia de São Conrado, na Zona Sul do Rio, Maia argumenta que hoje não há uma alternativa a Temer para a Presidência. Nem mesmo seu filho, sucessor natural em caso de afastamento do presidente da República.
Ainda segundo o vereador, não existiria a hipótese de Rodrigo, 47, tirar proveito eleitoral à frente deste governo e das medidas em curso. “As medidas, das quais Rodrigo é protagonista e defensor, têm impacto popular? De jeito nenhum. Ao contrário”, argumenta.
Assistindo ao voo de asas deltas diante de sua ampla janela, Maia avalia que os colaboradores de Temer cometem um erro ao desconfiar quando Rodrigo nega o interesse de vestir a faixa presidencial. Segundo seu pai, “Rodrigo não é um jogador”. Defensor das reformas implementadas por Temer, Maia diz que “uma pessoa que tem as características do Rodrigo não pode jogar na imprevisibilidade”, na linha do “quem sabe eu me dou bem nessa?”. Ele diz que não aconselharia o filho a concorrer à Presidência no ano que vem.