Quinta-feira, 08 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 18 de maio de 2016
Muitos dizem que os homens são independentes e não querem saber de compromissos amorosos, mas é grande o número dos que dependem emocionalmente de suas mulheres, entregando a elas a administração integral da vida e dos próprios desejos.
A expressão máxima de submissão do homem à mulher pode ser ilustrada em uma cena inacreditável a que assisti, alguns anos atrás, em casa de amigos. Um casal, casado há 30 anos, conversava em grupos separados. Quando foi servido o jantar, todos foram à mesa. E a cada momento, antes de pôr a comida no prato, ele se virava para a esposa e perguntava baixinho: “Julieta, eu gosto?”
É claro que a dependência masculina não se mostra necessariamente tão óbvia, apresentando-se, na maioria das vezes, de forma bem mais sutil.
Homens e mulheres têm um papel a desempenhar. Os meninos, para serem aceitos como machos, devem corresponder ao que deles se espera em uma sociedade patriarcal. Não podem falhar nem sentir medo. Entretanto, perseguir o ideal masculino gera angústias e tensões, sendo necessário então usar uma máscara de onipotência e independência absoluta. Mas por que tudo isso?
Quando pequeno, o menino tem com a mãe um vínculo intenso, que deve ser rompido precocemente para que ele se desenvolva como homem. Permanecer muito perto da mãe só é permitido às meninas. Para os meninos isso significa ser “filhinho da mamãe”. Os amigos e os próprios pais não perdem uma oportunidade de deboche a qualquer manifestação de necessidade da mãe. O desejo de ser cuidadoso e acalentado é recalcado. Na vida adulta, os homens escondem a necessidade que têm das mulheres, mostrando-se autossuficientes. Tentam se convencer que elas é que precisam deles. Negando, assim, seus próprios impulsos de dependência, sentem-se, mais fortes.
Contudo, quando o homem se percebe atraído por uma mulher, dois sentimentos contraditórios o assaltam. Por um lado o desejo de intimidade, de aprofundar a relação. Por outro, o temor de se ver diante do seu próprio desamparo e do desejo de ser cuidado por uma mulher. Talvez isso explique por que tantos homens que resistem ao casamento, quando se casam, tornam-se submissos, dependentes e dominados pela mulher. (Regina Navarro Lins/AD)