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Política O senador Jorge Kajuru diz que avisou Bolsonaro da gravação com ele 20 minutos antes de publicá-la

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(Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)

Com vinte minutos de antecedência, o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) avisou ao presidente Jair Bolsonaro que publicaria nas suas redes sociais a conversa sobre a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid que tivera com ele na véspera.

“Avisei ele hoje [domingo], 12h40min, que a conversa nossa seria publicada à uma hora da tarde. E assim eu fiz”, disse Kajuru. Na conversa, Bolsonaro diz temer que CPI investigue só o governo federal e instrui o senador a incluir Estados e municípios. O Cidadania decidiu nesta segunda-feira (12) convidar o senador Jorge Kajuru a se retirar do partido, caso contrário, será aberto um processo de expulsão dele da legenda.

Questionado se o presidente saberia que estava sendo gravado, o senador afirmou que Bolsonaro conversou “sabendo que a conversa poderia ir ao ar”, como já fez “seis, sete, oito vezes” antes.

“Não sou amigo íntimo dele, não frequento a casa dele. Portanto, minha conversa com ele era política e todo mundo tem que ter acesso a ela”, continuou.

Quando soube da publicação, o presidente não tentou impedi-la. Segundo o senador, ele teria dito: “Tudo bem, tudo que falei está falado”.

Para Kajuru, as conversas não podem prejudicar o presidente, às vésperas da instalação da CPI da Covid. “O que ele falou de errado ali? Pelo contrário, mostrou que está aberto, que aceita ser investigado, desde que todos sejam”.

Entre os colegas de Senado, foi grande a repercussão da gravação. Ela foi enviada pela senadora Kátia Abreu (PP-TO) ao grupo dos senadores no WhatsApp. Segundo relatos, as primeiras reações foram de indignação e comentários de que o diálogo não seria republicano.

O senador de Goiás foi autor da ação do STF que pedia a instalação da CPI. Em ligação com o presidente, ele disse ser favorável que a comissão tenha um escopo ampliado para governadores e prefeitos.

Ele defende que o colegiado não seja “revanchista, politiqueiro”. “É a CPI da justiça. Vamos apontar todos os errados, inclusive ele, Bolsonaro, se estiver”.

Na conversa, Bolsonaro também disse que teria que “sair na porrada” com o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), autor do requerimento de abertura da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) destinada a apurar omissões do governo federal na pandemia de Covid-19. Este novo trecho foi divulgado por Kajuru nesta segunda-feira (12), em entrevista à Rádio Bandeirantes.

“Se você não participa (da CPI), daí a canalhada lá do Randolfe Rodrigues vai participar. E vai começar a encher o saco. Daí, vou ter que sair na porrada com um bosta desse”, diz Bolsonaro, na gravação apresentada por Kajuru durante a entrevista.

Ao jornal O Globo, Kajuru disse que havia optado por não publicar esse trecho para proteger tanto Randolfe quanto Bolsonaro. Ele mudou de ideia, no entanto, após Bolsonaro defender a divulgação da íntegra.

Em publicações no Twitter, senadores condenaram as expressões de Bolsonaro. Para Cid Gomes (PDT-CE), “é inadmissível um senador ser ameaçado fisicamente no exercício do mandato”. Ele também disse que o presidente, “por trás dos seguranças, esgrime um linguajar belicoso” e “atropela a Constituição, para depois se retratar”.

Ao manifestar solidariedade a Randolfe, o senador Flávio Arns (Podemos-PR) lembrou que “vivemos em uma democracia, em que as diferenças de pensamento devem ser respeitadas”. Arns também ressaltou que “violências físicas ou verbais não são a solução”.

O senador Paulo Rocha (PT-PA) disse em sua publicação que os “termos grosseiros” de Bolsonaro representam ataques ao Senado e à democracia. “Tal ataque se insere num histórico extenso de ofensas às instituições. Bolsonaro demonstra, mais uma vez, que não tem condições de ocupar o cargo.”

Em vídeo divulgado em suas redes sociais, Randolfe Rodrigues declarou que “a única briga com que devemos estar preocupados, a esta altura, é por vacina no braço e comida no prato dos brasileiros”. Ele também declarou que a violência é uma arma que só interessa aos covardes.

Filho do presidente da República, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) protocolou nesta segunda-feira (12) uma representação no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal contra o senador Jorge Kajuru pela divulgação do vídeo da conversa telefônica com Bolsonaro.

“Representei no Conselho de Ética do Senado contra o senador por sua postura imoral, não só de gravar uma conversa particular com o presidente da República, bem como de dar publicidade a isso, tudo sem o consentimento ou a autorização de Bolsonaro”, escreveu o parlamentar.

A Executiva Nacional do Cidadania, reunida nesta segunda-feira (12), adotou resolução política em defesa da instalação da CPI da Pandemia com o objeto previsto inicialmente – as ações e omissões do governo federal no enfrentamento à covid-19 – e da saída do senador Jorge Kajuru (GO) do partido. Ele será formalmente convidado a se desligar do Cidadania. As informações são dos jornais O Estado de S. Paulo e O Globo e da Agência Senado.

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