Por
Redação O Sul
| 21 de agosto de 2020
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), garantiu ao Palácio do Planalto — mais uma vez — as condições para manter uma perspectiva mínima de equilíbrio das contas públicas, ao costurar uma solução para manter o veto presidencial ao reajuste dos servidores na noite de quinta-feira (20). Mas o salvamento contou com a ajuda extraordinária do MDB do deputado Baleia Rossi (SP), que operou desde cedo para evitar que o desastre anunciado na véspera se tornasse realidade.
Ao orientar a bancada de seu partido para votar em favor da retomada do veto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro, Maia reforçou o mantra fiscal: aumentar gastos, como querem alguns, garante a alegria de poucos e uma conta cara para muitos logo ali na frente.
A trava na concessão de reajustes para o funcionalismo público, por 18 meses, faz parte do projeto de socorro a estados e municípios por conta da crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus. Bolsonaro levou quase três semanas para sancionar o pacote e assinar o veto, tempo suficiente para aliados conseguirem aprovar reajustes para alguns setores do serviço público. Mas a liberação geral dos aumentos causaria um impacto que até mesmo o presidente entendeu que deixaria a União, os governadores e os prefeitos numa situação bem ruim.
Líder do MDB na Câmara, Baleia Rossi foi acionado ainda na noite de quarta-feira, logo após os senadores derrubarem o veto presidencial, para articular a operação de socorro. Por volta das 10h da quinta-feira, o deputado foi para o Planalto e depois se trancou numa sala com o deputado Arthur Lira (PP-AL), o senador Eduardo Gomes (MDB-TO) e outros líderes para encontrar um caminho para restabelecer o veto.
A solução foi relativamente simples: os deputados com algum interesse nas eleições municipais deste ano deveriam ir pra casa, o que evitaria votar contra o veto ao reajuste dos servidores e dar munição aos opositores durante a campanha. A estratégia emedebista deu certo.
Auxílio emergencial
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta sexta-feira (21) que o auxílio emergencial será prorrogado até dezembro. Ele não disse qual será o valor. O benefício paga, desde abril, R$ 600 mensais aos trabalhadores informais e desempregados em razão da pandemia do coronavírus. A última parcela, para os trabalhadores que fazem parte do programa Bolsa Família, termina de ser paga no final deste mês.
“O auxílio emergencial foi bem-vindo, mas ele custa R$ 50 bi de reais, e infelizmente não pode ser definitivo, mas vamos continuar com ele, mesmo com valores diferentes, até que a economia possa pegar em nosso País”, disse durante o discurso.
A declaração foi provocada por uma apoiadora durante evento no Rio Grande do Norte. Ela sugeriu a prorrogação do benefício e ele respondeu: “Até dezembro, só não sei o valor”.
Bolsonaro disse ainda que, por causa do benefício custar R$ 50 bilhões por mês, “não pode ser eterno”.