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Brasil Os desafios para tornar as provas do Enem 100% digitais em todo o Brasil no prazo de cinco anos

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Os interessados poderão solicitar a gratuidade do valor até o próximo dia 28, exclusivamente pela Página do Participante. (Foto: EBC)

Realizada no último domingo e no próximo (7) e com mais de 95 mil inscritos, a versão digital do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) trouxe pela primeira vez no Brasil a aplicação de provas feitas em computadores, sem acesso à internet ou ferramentas como calculadoras e editor de texto. A redação é manual, com canetas pretas e de tubo transparente.

Quando anunciado, em julho de 2019, o objetivo era tornar o Enem 100% digital até 2026. Especialistas avaliam, porém, que há desafios para que esse objetivo seja alcançado no prazo previsto.

– Logística e infraestrutura: será um desafio encontrar locais com computadores para um contingente de mais de 5 milhões de candidatos (em 2020, a prova impressa teve 5,78 milhões de inscritos confirmados);

– Problemas técnicos: os desenvolvedores precisam criar provas que “rodem” em todo e qualquer tipo de computador, marca e capacidade de memória;

– Níveis de proficiência: a prova digital precisa ser adaptada para que a dificuldade das questões seja comparável às do Enem impresso. Pesquisas na área de educação apontam diferenças no rendimento conforme a mídia usada para a prova (papel ou digital);

– Risco de exclusão social: será necessário preparar os candidatos para que se familiarizem com provas em computadores, já que nem todos estão “incluídos digitalmente” de forma satisfatória.

Vantagens

Mas há também vantagens. O Enem digital poderá evoluir para um modelo que permita uma avaliação personalizada, com questões sendo escolhidas no Banco de Itens (questões) conforme o aluno acerta ou erra as respostas.

Também será possível incluir interatividade na avaliação, com vídeos e gráficos animados, por exemplo. Para isso, será preciso investir na elaboração dessas questões, para criar um banco de dados robusto e com opções variadas a cada nível de desempenho dos candidatos.

Alexandre Lopes, presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), ressalta que a versão digital amplia as possibilidades e deixa as provas melhores. “Pode botar vídeo, gamificação [na questão]. A gente pode fazer provas muito mais interativas.”

Ele diz que “esse é o primeiro objetivo” com o Enem 100% digital. “E o segundo é a questão logística. Há uma dificuldade de movimentar as provas para o Brasil inteiro. O Enem digital simplifica.”

O Inep planeja, a partir da consolidação do modelo digital, mais datas de provas do Enem distribuídas ao longo do ano.

Lopes acrescenta: “Assim eu não preciso fazer uma prova para 5,6 milhões de pessoas no mesmo dia. O mesmo computador vai servir para mais de um candidato em datas diferentes”, afirma o presidente da autarquia. “A gente poderia dividir o total de candidatos em cinco grupos. Ele vê o edital e seleciona data e cidade que deseja”.

Adaptação

A prova digital pode criar uma pressão sobre os sistemas de ensino, que vão ter que se adaptar às tecnologias para preparar os estudantes. Por enquanto, nesta primeira versão, o Enem digital não trouxe grandes inovações.

A única interação relevante foi a marcação da resposta, com um clique. Ao escolher uma alternativa, ela já é anotada automaticamente no gabarito, excluindo o risco de errar na transcrição das respostas, que os candidatos do Enem impresso precisam enfrentar.

Um dos pontos que o País precisa superar em 5 anos será a logística e o aumento de infraestrutura para atender a todos os candidatos inscritos. “Ir de 100 mil para 5 milhões é muita coisa. A gente não tem computador, mesmo que pegue todas escolas e faculdades do Brasil”, avalia Tadeu da Ponte, especializado em processos seletivos de larga escala por computador.

Lopes, do Inep, afirma que é “por isso que a implementação será gradual. Para dar condição de jovens que ainda vão chegar ao ensino médio eles tenham condição de se preparar para a prova digital”.

Uma saída seria fazer várias provas do Enem ao longo do ano, como o próprio Inep já cogita. Com a Teoria de Resposta ao Item (TRI), método de avaliação usado pelo Enem, é possível fazer provas que são diferentes, mas têm o mesmo nível de dificuldade.

 

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