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Mundo Os Estados Unidos investigam a presença de militares e policiais entre os invasores do Capitólio

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Quase 500 pessoas foram condenadas à prisão pela invasão em janeiro de 2021. (Foto: Reprodução/YouTube)

Pouco mais de uma semana após a invasão do Capitólio, os Estados Unidos investigam o envolvimento de militares e policiais nos eventos do último dia 6. A participação levanta preocupações entre autoridades e especialistas sobre a penetração de grupos de extrema direita e supremacistas brancos nas forças de segurança.

O policial e integrante da Guarda Nacional da Virgínia Jacob Fracker foi o primeiro militar a ser preso devido à invasão. O homem, que faz parte da infantaria da Guarda Nacional, força composta majoritariamente por reservistas, foi preso junto com um colega policial após ser fotografado “fazendo gestos obscenos” diante da estátua do herói revolucionário John Stark. Ambos estavam de folga no dia da insurreição.

Uma das cinco pessoas mortas foi a veterana da Forças Armadas Ashit Babbitt, baleada por um policial do Capitólio. Uma capitã do Exército, que pediu demissão desde então, é investigada por organizar uma caravana de 100 pessoas para participar dos atos pró-Trump. Informações apontam também para a participação de um coronel reformado das Forças Armadas, além de policiais de cidades grandes e pequenas por todo o país.

As suspeitas se estendem até mesmo à polícia do Capitólio: agentes foram fotografados tirando selfies com invasores e filmados deixando-os passar livremente. Vários policiais foram suspensos e cerca de uma dezena está sob investigação.

Cenas da invasão, contudo, levantam temores de que o problema seja ainda maior. Vídeos e fotos postados on-line, assim como relatos de policiais que trabalhavam para conter os grupos pró-Trump, mostram invasores com roupas táticas, em formação de combate e usando sinais para se comunicar uns com os outros. Segundo investigadores, isto pode indicar que teriam agido em conjunto ou teriam laços com as Forças Armadas.

Aumento do extremismo

O Exército disse estar trabalhando em conjunto com o FBI (a Polícia Federal americana) para identificar possíveis integrantes que participaram da invasão. A extensão da presença militar teria motivado o raro comunicado emitido no início da semana pelo general mais graduado dos EUA, Mark Milley, e pelos cinco integrantes do Estado-Maior Conjunto, composto pelos chefes de cada Arma.

A nota lembrava as tropas de seu dever de obediência ao poder civil e à Constituição, afirmando que as cenas vistas dentro do Congresso são “incoerentes com o Estado de Direito”. O comunicado terminava dizendo que Joe Biden se tornará o 46º comandante em chefe quando tomar posse, na próxima quarta-feira (20).

Os episódios acirraram as preocupações com o aumento das atividades de extrema direita nas Forças Armadas. À imprensa americana, um funcionário do alto escalão do Pentágono, que pediu anonimato, disse que houve um aumento do radicalismo nos quadros militares, tal qual na sociedade. Segundo o homem, as autoridades sabem que a categoria é ativamente visada por suas habilidades e porque aumenta a legitimidade do movimento.

“As normas do Departamento de Defesa proíbem expressamente que militares defendam ideologias e causas supremacistas ou extremistas” — disse o analista Garry Reid, que já responsável por supervisionar as tarefas de Inteligência do Pentágono. “Estamos fazendo o possível para eliminar o radicalismo.”

O inspetor-geral do Pentágono anunciou a abertura de uma investigação para compreender a efetividade dos programas para prevenir o extremismo e o apoio a grupos paramilitares dentro da força, composta por 2 milhões de pessoas. A auditoria vem após um pedido de 14 senadores, demonstrando preocupação com os incidentes da última semana.

Agravamento

Em sua solicitação, os parlamentares faziam referência a uma enquete da publicação Military Times que afirmava que um terço dos militares na ativa via sinais de supremacismo branco e racismo em suas tropas. O problema é antigo mas, segundo especialistas, se agravou durante os quatro anos em que Donald Trump esteve à frente do Salão Oval.

“Negligenciamos essa ameaça por dez anos. Nós a ignoramos, a minimizamos, optamos por não vê-la. Este governo, no entanto, realmente mimava essas pessoas, chamava-as de especiais”, disse Daryl Johnson, ex-líder de uma equipe antiterrorismo doméstico do Departamento de Segurança Interna.

Relatórios sobre a infiltração de supremacistas brancos nos militares e forças de segurança já haviam sido publicados pelo FBI em 2006 e 2009, mas em ambas as ocasiões não foram à frente. Em 2006, as guerras do Iraque e do Afeganistão estavam em seu ápice e o terrorismo interno não era prioridade.

Ainda não se sabe ao certo quantos militares e policiais participaram da invasão, mas isso aumenta as preocupações sobre a segurança na posse de Joe Biden, no dia 20. Além de fechar boa parte dos arredores do Capitólio, bloqueando o trânsito, linhas de metrô e pontos turísticos, um efetivo da Guarda Nacional que ultrapassará 20 mil pessoas desembarca na capital. As Forças Armadas investigam se alguns desses soldados precisariam de triagens adicionais.

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