Terça-feira, 15 de julho de 2025

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil Os preços dos alimentos no Brasil devem subir menos em 2021

Compartilhe esta notícia:

Dos 13 produtos pesquisados, nove registraram queda de preço (Foto: Reprodução)

Vilões da inflação em 2020 e muito pressionados pelo dólar, os preços dos alimentos devem dar uma trégua para o bolso do brasileiro em 2021, especialmente a partir do segundo trimestre. Nessa época o ano, é despejada no mercado a safra de grãos, que promete bater novo recorde. O alívio no gasto com a comida não deve ser pequeno. Os alimentos responderam por dois terços da inflação deste ano acumulada em 12 meses até novembro de 4,3%, pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A folga dos alimentos, no entanto, poderá comportar o novo foco de pressões esperado para a inflação em 2021.

Ele deve vir de dois grupos que neste ano ficaram bem comportados por causa da pandemia: os serviços e os preços administrados, cujos reajustes precisam ser autorizados pelo governo. Com o isolamento social, a demanda por serviços despencou e impediu os aumentos. Por sua vez, os preços administrados, que incluem tarifas de transporte, combustíveis, planos de saúde, medicamentos, por exemplo, ficaram estacionados boa parte do ano. Só a energia elétrica voltou com força este mês, com a bandeira tarifária vermelha que cobra uma taxa extra de R$ 6,243 a cada 100 kWh.

“Não há espaço para os alimentos continuarem subindo em 2021”, prevê o economista Heron do Carmo, professor sênior da FEA/USP e um dos maiores especialistas em inflação. A disparada dos alimentos neste ano ocorreu por conta da maxidesvalorização do câmbio combinada com a maior demanda no mercado interno e externo. “Juntaram duas coisas que nem sempre ocorriam ao mesmo tempo.” Na sua avaliação, a perspectiva é que essa escalada não continue porque os alimentos já estão num patamar muito alto. Além disso, o câmbio começa a arrefecer.

Como a folga na inflação dada pelos alimentos será muito grande, quase de três pontos porcentuais, observa Heron, ela poderá acomodar pressões vindas de outros grupos de preços. Por isso, levando em conta as informações disponíveis até o momento, ele espera que o IPCA feche 2021 em torno de 3%. O último Boletim Focus do Banco Central mostra que o mercado espera uma inflação em 3,37% para o ano que vem.

“O problema será a trajetória da inflação ao longo de 2021”, pondera o economista. Como a disparada dos alimento ocorreu a partir de setembro, a inflação acumulada em 12 meses deve atingir o pico e beirar ou até passar do teto da meta que é 5,25% para 2021 em maio, mas depois deve cair, prevê. Outro especialista em inflação, o economista da LCA Consultores Fabio Romão, concorda com Heron. “A alimentação pode perder bastante força em 2021.” No entanto, ele projeta um IPCA mais salgado para o próximo ano: 3,5% e com possibilidade de ser maior.

Romão alerta que os freios da inflação deste ano – os serviços e os preços administrados – devem jogar no sentido oposto em 2021. “Provavelmente os serviços vão acelerar com a recuperação da economia e os preços administrados também. Os papéis se invertem.” A alta acumulada nos bens industriais no atacado ao longo deste ano, em torno de 25%, é outro risco importante à inflação de 2021, na opinião de Romão. “É uma pressão grande de custo e, com o crescimento da economia, haverá espaço para repasse. Para 2021, ele espera um aumento 3,4% dos bens industriais no varejo, ante uma alta de 2,9% este ano. No entanto, o economista ressalva que o fim do auxílio emergencial e o desemprego elevado poderão mitigar essa pressão.

Para o economista Fabio Silveira, sócio da MacroSector Consultores, o que mais vai pesar na inflação de 2021 é exatamente essa herança de custos elevados de 2020 dos bens comercializáveis. “Os preços ao consumidor estão hoje aquém dos preços de equilíbrio porque as empresas, para sobreviver, estão contendo ao máximo os reajustes.” O movimento de repasse de custos herdados de 2021 deve, na opinião de Silveira, impulsionar os índices ao consumidor no primeiro semestre de 2021. Com isso, o IPCA deve fechar o ano que vem girando em torno de 4,3%. É meio ponto acima do centro da meta de 2021, de 3.75%.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

Conheça 33 profissões com direito à aposentadoria especial
Vem aí a reforma ministerial
https://www.osul.com.br/os-precos-dos-alimentos-no-brasil-devem-subir-menos-em-2021/ Os preços dos alimentos no Brasil devem subir menos em 2021 2020-12-26
Deixe seu comentário
Pode te interessar