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Geral Pacientes que sobrevivem ao coronavírus podem desenvolver defesas que atacam o próprio corpo

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Número de novas hospitalizações cresceu 260% e total de mortes em sete dias aumentou 178%, no comparativo entre 4 de fevereiro e 4 de março. (Foto: Reprodução)

Um estudo publicado na última semana aponta que alguns sobreviventes da covid-19 carregam sinais preocupantes de que seus sistemas imunológicos se transformaram e passaram a atacar a si próprios. Os pacientes estão produzindo moléculas chamadas de “autoanticorpos”, que têm como alvo o material genético das células humanas em vez do vírus.

Esta resposta imunológica equivocada pode deixar o paciente com covid-19 em estado grave. Também pode explicar por que alguns sobreviventes da doença têm problemas persistentes meses depois da cura e do vírus ter desaparecido de seus corpos.

As descobertas têm implicações importantes para o tratamento: usando os testes existentes que podem detectar autoanticorpos, os médicos podem identificar pacientes que podem se beneficiar de procedimentos usados para combater lúpus e artrite reumatoide. Não há cura para essas doenças, mas alguns recursos terapêuticos diminuem a frequência e a gravidade dos surtos.

“É possível que o tratamento possa ser mais efetivo com os pacientes apropriados usando algumas dessas drogas mais agressivas”, disse Matthew Woodruff, imunologista da Emory University em Atlanta e principal autor do trabalho.

Os resultados foram apresentados na última sexta-feira (23) no servidor de pré-impressão MedRxiv e ainda não foram publicados em um jornal científico. Especialistas consultados apontaram que os pesquisadores que realizaram o estudo são conhecidos por trabalhos cuidadosos e meticulosos, e que as descobertas não são inesperadas porque outras doenças virais também desencadeiam autoanticorpos.

“Não estou surpreso, mas é interessante ver que isso está realmente acontecendo”, disse Akiko Iwasaki, imunologista da Universidade de Yale. “É possível que mesmo uma doença moderada a leve possa induzir esse tipo de resposta de anticorpos.”

Durante meses, ficou claro que o coronavírus pode fazer com que o sistema imunológico fique descontrolado em algumas pessoas, causando mais danos ao corpo do que o próprio vírus.

Irlanda

Um voo internacional de sete horas e meia para a Irlanda, durante o verão, foi associado a um surto de 59 casos de covid-19, de acordo com um estudo realizado pelo Departamento de Saúde Pública Irlandês. O artigo foi publicado no jornal científico “Eurosurveillance”.

A aeronave tinha apenas 17% de ocupação, com 49 passageiros, além de 12 tripulantes. Desse voo, 13 passageiros, com idade entre 1 e 65 anos, foram contaminados pelo coronavírus. Doze deles apresentaram sintomas. Nove usavam máscara, uma criança não usava, e a informação sobre os outros três é desconhecida.

Os passageiros voaram para a Europa a partir de três continentes diferentes. O artigo não detalha qual foi a companhia aérea ou de onde o voo saiu. O sequenciamento e análise do genoma de amostras referentes a cinco casos sugeriu fortemente uma única fonte de infecção, segundo a publicação.

De acordo com o estudo, não há informação sobre o caso de origem. No entanto, um passageiro relatou que uma pessoa de sua família havia testado positivo para a doença três semanas antes da viagem.

Uma equipe nacional de controle de surtos foi convocada para investigar, identificar e entrevistar os casos, além de supervisionar o rastreamento de contatos e estabelecer medidas de controle.

De acordo com a investigação, esses 13 passageiros transmitiram o vírus para outras 46 pessoas. “Este surto demonstra o potencial de disseminação do Sars-CoV-2 associado às viagens aéreas”, afirmam os autores.

“É interessante notar que quatro dos casos do voo não estavam sentados ao lado de qualquer outro caso positivo, não tiveram contato na sala de trânsito, usaram máscaras faciais durante o voo e não seriam considerados contatos próximos sob a orientação atual do Centro Europeu de Prevenção de Doenças e Controle (ECDC)”, destacam.

O artigo recomenda que avisos de saúde e responsabilidade pessoal e verificações do estado e da companhia aérea sejam realizados para impedir a viagem de pessoas com sintomas. “Medidas rigorosas de prevenção e controle de infecções a bordo são vitais para reduzir o risco de transmissão sintomática e assintomática durante o voo. Restrição de movimento na chegada e rastreamento de contato robusto são essenciais para limitar a propagação pós-voo”, indicam os autores.

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