Sábado, 18 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 26 de julho de 2015
O MPF (Ministério Público Federal) acredita que a fuga do Brasil estava prevista em um “plano B” do presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, denunciado na sexta-feira, por crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa no esquema de corrupção da Petrobras. A conclusão tem por base uma anotação do próprio empresário em que consta a expressão “Tática Noboa”.
De acordo com os procuradores do MPF, trata-se de uma referência ao ex-presidente do Equador, Gustavo Noboa, que fugiu daquele país em 2003, acusado de desviar fundos na renegociação da dívida externa.
Muitos dos indícios obtidos pelo MPF tiveram por base apontamentos pessoais, telefonemas e mensagens de celular do réu. Os procuradores sustentam que cartel, fraudes e propinas só foram possíveis porque eram de conhecimento de Marcelo e também de Otávio Marques de Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez.
Contas
Os investigadores interpretaram que os registros “Risco Swiss? EUA?” significavam “risco de descoberta de contas bancárias na Suíça e nos Estados Unidos”, hipótese que acabou se confirmando. Já a “PRC-Suíça / PV?” seria alusiva a uma conta mantida em favor de Paulo Roberto Costa no Banco Pictet & Cie Banquiers, no país europeu. Conforme o MPF, dentre 17 telefonemas entre Odebrecht e o seu subordinado Rogério Araújo, ao menos quatro antecederam contatos do executivo com o operador Bernardo Freiburhaus, que movimentava contas no exterior.
Os procuradores também assinalam que Odebrecht fazia agrados aos integrantes do esquema com uma relação de “brindes especiais”: telas valiosas de artistas plásticos como Alfredo Volpi e Cildo Meirelles. A lista de presenteados era formada somente por funcionários do alto escalão da estatal do petróleo, incluindo vários réus da Operação Lava-Jato da PF (Polícia Federal). (Marcello Campos com agências)