Terça-feira, 24 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 3 de dezembro de 2015
A presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, que cederá o cargo a Mauricio Macri, encerra o mandato com uma fortuna 843% maior do que quando tomou a Presidência.
Em 2003, quando seu marido, Néstor Kirchner, assumiu o poder, o patrimônio de bens declarados somava 707 mil dólares. Hoje, Cristina detém uma riqueza de aproximadamente 7 milhões de dólares, sem contar bens milionários herdados pelos filhos do casal. O mesmo acontece com todos os ministros do gabinete dela.
Imóveis, veículos, poupanças, sociedades, ações, iates, títulos da YPF, petroleira estatal, fazem parte da riqueza de altos funcionários de Cristina. Foi ela quem teve o maior salto quantitativo.
O patrimônio dos Kirchner chegou a quase triplicar no período de um ano. Na passagem de 2007 para 2008, o valor dos bens declarados cresceu de 1,76 milhão de dólares para 4,75 milhões de dólares.
Integrantes do gabinete.
Entre os integrantes do gabinete de Cristina, Juan Manzur está listado como o mais rico dos ministros. Ele foi ministro da Saúde de 2009 a fevereiro de 2015, quando se candidatou ao governo do Estado de Tucumán.
Ele deixou a pasta com um patrimônio de 2,3 milhões de dólares e entrou no cargo com 516 mil dólares.
Segundo o jornal argentino Clarín, entre os bens declarados, ele possui 17 lotes de terrenos, três apartamentos e três casas.
O presidente da Receita Federal argentina, Ricardo Echergay, chegou ao gabinete em 2008 com 14,3 mil dólares e encerra a gestão com 747 mil dólares. Foi quem teve maior percentagem de crescimento. Echergay é dono de dois barcos e chegou a comprar títulos da YPF no valor de 30,28 mil dólares.
Aníbal Fernandez, atual chefe de gabinete e ex-ministro do Interior, iniciou o governo Kirchner com 70,2 mil dólares e deixa o cargo com 350 mil dólares. Um de seus bens mais caros é uma BMW modelo 328 no valor de 62,48 mil dólares.
A futura governadora de Santa Cruz, Alicia Kirchner, sobrinha de Cristina, exerce o cargo de ministra do Desenvolvimento Social desde 2003, quando seu patrimônio declarado era de 16,6 mil dólares. Hoje, ela assume a província com 65,7 mil dólares. Alicia não declara nem casa, nem apartamento, apenas um terreno de mais de 1,5 mil metros quadrados como “investimento”.
Novo presidente promete transparência.
Macri, presidente eleito da Argentina que assume o poder no próximo dia 10, anunciou que vai deixar seu patrimônio de atuais 5,35 milhões de dólares sob vigência de um “fideicomiso”, tipo de contrato no qual uma pessoa transmite seus bens a terceiros (pessoa física ou jurídica) para que este seja o responsável pela administração da fortuna.
Segundo ele, a medida zela pela transparência. De acordo com Macri, é um método também adotado nos Estados Unidos para evitar suspeita de enriquecimento durante o mandato.
“Estou buscando um instrumento que dê maior transparência à minha situação patrimonial enquanto dure a Presidência”, afirmou Macri. (AG)