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Por Redação O Sul | 26 de janeiro de 2019
A barragem da mineradora Vale que se rompeu na sexta-feira (25) em Brumadinho, na Grande Belo Horizonte (MG), liberou cerca de 13 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro no rio Paraopeba, que passa pela região. Segundo dados divulgados pelo governo de Minas Gerais na noite deste sábado (26), já foram encontrados pelo menos 34 corpos.
Ao menos oito deles foram identificados por familiares, segundo a Polícia Civil de Minas. Foram resgatadas pelo menos 366 pessoas (221 funcionários da Vale e 145 terceirizados), das quais 23 estão hospitalizadas. Ainda há mais de 250 desaparecidos, de acordo com a Vale.
Os trabalhos de resgate, suspensos por volta das 20h deste sábado, reiniciam às 4h deste domingo (27). A ausência de energia elétrica e de sinal de telefonia e internet em alguns locais tem dificultado a atividade dos bombeiros. Os rejeitos atingiram a zona rural de Brumadinho, incluindo uma área administrativa e um refeitório da empresa, uma área residencial e uma pousada, que ficaram soterrados. Um ônibus foi encontrado com mortos na região próxima à barragem rompida.
A Vale afirma que a lama vazada não é tóxica. Especialistas dizem, porém, que há danos ambientais graves, como a contaminação do solo e da água por minério fino, que fica na sobra dos rejeitos.
A barragem 1, que se rompeu, é uma estrutura de porte médio para a contenção de rejeitos e estava desativada. Seu risco era avaliado como baixo, mas o dano potencial em caso de acidente era alto.
Uma outra barragem, a de número 6, agora está sendo monitorada a cada uma hora pela Vale, junto com a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros. Bombas estão sendo usadas para fazer a drenagem e reduzir a quantidade de água, evitando novos problemas.
Pelos números 0800-2857000 (Alô Ferrovia – prioritário) e 0800-8215000 (Ouvidoria da Vale), a mineradora está recebendo informações sobre sobreviventes encontrados e desaparecidos, além de solicitações de apoio emergencial (abrigo, água, cesta básica, roupa, medicamento, transporte etc.). Os contatos também servem para o cadastro de interessados em prestar apoio aos atingidos pelo rompimento da barragem.
O Disque 100, do governo federal, também abriu um canal especial para que os atingidos pela tragédia possam solicitar ajuda na busca de desaparecidos ou denunciar violação de direitos. As demandas são encaminhadas aos órgãos competentes, principalmente nas situações de socorro.