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Política Personagem da crise com o Congresso, ministro de Minas e Energia reduz atritos e mira 2026 para ficar no cargo

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Alexandre Silveira enfrenta rusgas com o presidente do Senado, que defende sua saída da pasta. (Foto:Wilson Dias/Agência Brasil)

Personagem de uma das frentes de embate entre governo e Congresso, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, vem se movimentando para ficar no comando da pasta. A estratégia combina articulações para a eleição de 2026, a saída de cena em atritos internos no governo e a busca por ainda mais proximidade com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O maior foco de pressão sobre Silveira está no presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), rival do ministro que tenta influenciar Lula para apeá-lo do cargo há meses. No Planalto, assessores do presidente apostam que a tensão entre o auxiliar e o parlamentar diminuirá depois que o governo destravou as indicações às diretorias das agências de Energia Elétrica (Aneel) e Petróleo (ANP). A negociação ocorreu de forma direta entre o petista e Alcolumbre, sem passar por Silveira.

O acerto envolveu o “rateio” de vagas, com metade sendo preenchida por nomes apontados pelo Senado e a outra pelo governo. As sabatinas serão em agosto, conforme calendário divulgado por Alcolumbre na semana passada, sete meses após Lula enviar os nomes. Procurados, Silveira e Alcolumbre não se manifestaram.

Reaproximação

Em outra frente, Silveira buscou uma reaproximação com Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ex-presidente do Senado e aliado do atual. Logo após a visita oficial de Lula ao Japão, no fim de março, o ministro procurou o senador para uma conversa. Queria aparar arestas com o antigo aliado e pedir ajuda para tentar amainar o clima com Alcolumbre.

A relação dos dois vem de longe: são correligionários no PSD, do mesmo grupo político em Minas Gerais e foi pelas mãos de Pacheco que Silveira tornou-se diretor de assuntos jurídicos da Casa em 2021, antes de assumir o cargo de senador com a renúncia de Antonio Anastasia. Na época, Silveira era visto como uma extensão de Pacheco. O jogo começou a mudar quando tornou-se ministro e passou a trabalhar com afinco para ganhar a confiança e se aproximar de Lula.

Os dois se distanciaram, com reclamações cada vez mais frequentes dos senadores de que Silveira era resistente a atender pedidos — pressão que recaía sobre Pacheco. Com os problemas com Alcolumbre se avolumando, Silveira buscou uma reaproximação. Segundo interlocutores, os dois tiveram um longo almoço que serviu para “zerar o jogo”. Pacheco, no entanto, fez questão de delimitar espaços: estava fora da presidência da Casa e o problema teria de ser resolvido com Alcolumbre.

Para a viagem ao Japão, em março, Lula chamou Alcolumbre e Silveira e os colocou na área mais restrita do avião, numa tentativa de promover um armistício. Não surtiu efeito. O entorno de Lula vê “rancor pessoal” do senador com o ministro, mas entende que as indicações às agências vão melhorar o clima entre governo e Senado — o que não necessariamente ocorrerá na relação de Alcolumbre com Silveira.

O clima azedou ainda mais após o desgaste sofrido pelo Congresso ao ter derrubado vetos do governo na lei que regulamenta instalação de equipamentos para energia eólica em alto-mar (offshore). Na prática, a decisão do Legislativo tinha potencial de aumentar a conta de luz. Na leitura de Alcolumbre, partiu de Silveira a narrativa de que os jabutis ao projeto tornaram o Congresso o “vilão da conta de luz”.

Tanto Alcolumbre quanto o presidente da Câmara, Hugo Motta, demonstraram irritação com o que consideraram ser uma tentativa do Planalto de empurrar ao Congresso o desgaste com a provável elevação das tarifas de energia. Agora, há expectativa que essa tensão seja minimizada com a MP do setor elétrico, que cria um teto para os subsídios que têm impacto nas contas de luz.

Enquanto isso, Lula não tem dado sinais de que cederá à pressão de Alcolumbre pelo cargo de Silveira. Auxiliares do petista afirmam que o pior método para derrubar um ministro é pedir sua cabeça ao presidente. Lembram que o petista já demonstrou que toda vez que é pressionado, não o faz, e citam Alexandre Padilha à frente da Secretaria de Relações Institucionais na época que era desafeto do então presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Padilha só deixou o cargo após Lira sair do posto.

No governo, Silveira tem atuação quase isolada. No núcleo duro, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, é seu principal aliado. De auxiliares próximos a Lula, ele ouviu o conselho de não brigar com todo mundo ao mesmo tempo. (Com informações do jornal O Globo)

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