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Por Redação O Sul | 13 de maio de 2017
A delação de Antonio Palocci é dada como certa entre petistas desde a semana passada. Na abertura da etapa paulista do 6º Congresso Nacional do PT, na sexta-feira da semana passada, a “traição” do ex-ministro era um dos assuntos principais. Em um tom entre a indignação e a resiliência, petistas comentavam que Palocci entregaria o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em troca do acordo com o Ministério Público Federal.
Essa certeza vem de recados dados por pessoas próximas ao ex-ministro da Fazenda e Casa Civil nos gestões federais do PT e também pela lógica da exclusão: segundo eles, Lula é o único alvo que a Operação Lava-Jato ainda não conseguiu alcançar e Palocci, dada a proximidade com o ex-presidente até pouco tempo atrás, poderia preencher lacunas que dariam mais solidez às denúncias contra Lula.
A indignação dos petistas com o ex-ministro aumenta diante de tais suspeitas contra Palocci. Ao contrário do ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto, preso por supostamente operar o caixa 2 do PT, Palocci é acusado de enriquecimento pessoal: ao tentar o acordo de delação premiada, ele quer sobretudo preservar o seu patrimônio.
“Presos políticos”
Mesmo assim, o PT estadual de São Paulo aprovou um texto no qual Palocci, Vaccari e José Dirceu são tratados como “presos políticos”. Segundo dirigentes, foi uma tentativa de acalmar o ex-ministro.
Dado o amplo acesso que Palocci tinha a Lula, correligionários avaliam que o estrago da delação será grande, podendo levar à inviabilização da candidatura do petista em 2018.
Já no entorno de Lula a torcida é para que o ex-ministro poupe o ex-presidente. Um ex-auxiliar do círculo mais próximo ao petista disse esperar que Palocci diga somente a “verdade”.